Ilhéus
“Sinto que tudo isso me move”, afirma primeira voluntária do Hospital Materno-Infantil no Programa Bahia.Estado Voluntário
Milene Alves Calazans cursa Direito em uma faculdade privada de Ilhéus. Mas já projeta para o ano que vem iniciar uma nova graduação em Pedagogia. Apaixonada por criança, logo que soube que o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio passou a integrar a plataforma do “Programa Bahia.Estado Voluntário”, ela se inscreveu na iniciativa e será uma das pessoas disponíveis para participar do projeto “Doutores da Alegria” que, em 2025, contará com a presença de grupos de palhaços e bailarinas para animar as crianças internadas na pediatria do HMIJS.
Nesta terça-feira (26) ela conheceu o detalhadamente todos os setores do hospital. Mas foi há três meses, aqui mesmo na unidade, que ela acompanhou a irmã em uma gestação de alto risco e sentiu vontade de ajudar. O sobrinho nasceu no Materno-Infantil. “Acompanhei de perto e fiquei maravilhada com o atendimento”, afirmou. “Não gosto de fazer nada superficial e limitado. Gosto da área de saúde, mas não me vejo como enfermeira ou médica. Aqui vou atuar de uma outra forma integrada a um projeto de voluntariado, fazendo o que realmente gosto”, projeta Milene, mineira de Contagem e que mora em Ilhéus desde o ano passado.
*Marcante*
Para a primeira integrante do “Programa Bahia.Estado Voluntário” no HMIJS, “a infância marca a vida de um adulto e quando esta criança é amada e tem os seus direitos respeitados, irá crescer e ser uma pessoa muito mais saudável”. Milene não consegue descrever a decisão que tomou. Ela já havia conhecido a plataforma através de uma irmã, que também fez um trabalho voluntário em um outro ambiente de serviços do estado. “Sinto que tudo isso também me move. Os problemas estão aí. Qual minha queixa? Tenho como resposta que, dentro da minha realidade, é pequena, muito pequena e eu posso ajudar muito mais”, afirmou.
*Projetos disponibilizados*
Os projetos sociais criados pelo Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, com o objetivo de alavancar a cultura do voluntariado no município e promover ações de humanização e acolhimento na unidade, em parceria com o Programa Bahia.Estado Voluntário, estão disponíveis na plataforma eletrônica do programa. Alguns com perfil de “doação” e outros, de “ação”. O site pode ser acessado pelo endereço https://www.estadovoluntario.ba.gov.br/.
No campo “doação”, o voluntário pode ofertar linhas de crochê para a produção de Polvos Terapêuticos ou através do projeto Acolher, promover a doação de enxoval para bebês de famílias carentes. O Polvo Terapêutico, uma iniciativa do grupo de fisioterapia e da terapia ocupacional, é confeccionado por familiares dos recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. A técnica, segundo especialistas, ajuda os bebês prematuros a melhorarem a frequência cardíaca e o índice de saturação de oxigênio. Já a doação de enxoval é uma proposta do Serviço Social da instituição.
Os projetos de “ação” disponibilizados são o “Cante para Vidas”, com o voluntariado em apresentação musical nos leitos e corredores do hospital, e “Doutores da Alegria”, com a presença de grupos de palhaços e bailarinas para animar as crianças internadas na pediatria do HMIJS.
“Os voluntários são a extensão do nosso cuidado, trazendo uma nova dimensão de humanização ao atendimento hospitalar,” destaca a diretora-geral do Materno-Infantil, enfermeira Domilene Borges.
*Rede social com interesse e oportunidades*
A plataforma funciona como uma rede social conectando perfis de interesse com oportunidades de serviços voluntários. Basta um clique, um minuto e uma boa ação para transformar o dia de alguém. Lançado em 2019, o programa alcançou a marca de mais de 23 mil voluntários cadastrados, além de projetos de entidades públicas e privadas.
Unidade da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio já realizou mais de nove mil partos, mais de 18 mil internações, 37 mil atendimentos pediátricos de emergência e quase 800 mil exames clínicos, laboratoriais e de imagem. É o único hospital da Bahia habilitado pelo Ministério da Saúde a prestar atendimento especializado aos Povos Originários. O hospital é porta aberta para obstetrícia e regulado para pediatria.
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