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Artigo da Semana

Editorial: A Dança Efêmera do Poder

Por Emerson Silva

O poder é fascinante, sedutor e, acima de tudo, transitório. Aqueles que hoje ocupam posições de comando e influência devem lembrar-se constantemente de uma verdade fundamental: nada é permanente. O que hoje está em suas mãos, amanhã estará nas de outros. E isso não é um problema — é o curso natural das coisas, uma dinâmica necessária para o equilíbrio e o progresso.

Ao longo da história, vimos impérios se erguerem com força descomunal para, mais tarde, ruírem como castelos de areia. Líderes que pareciam intocáveis tornaram-se apenas notas de rodapé nos livros de história. O poder, como uma chama que dança ao vento, brilha intensamente, mas é fugaz, sempre prestes a mudar de direção.

Essa transitoriedade, longe de ser um fardo, é um convite à reflexão e à responsabilidade. Quem detém o poder hoje tem a oportunidade — e o dever — de fazer do presente um alicerce para o futuro. Governa-se para o momento, mas com olhos no amanhã. Cada decisão tomada hoje deixa marcas que ecoarão além do tempo de qualquer mandato.

A consciência da efemeridade deveria servir de bússola moral para todo aquele que governa. O poder não é um troféu pessoal, mas uma missão temporária, confiada pela vontade coletiva. Aqueles que compreendem essa verdade e governam com sabedoria, responsabilidade e visão de futuro tornam-se verdadeiros arquitetos da história, deixando legados que perduram muito além de seus tempos de glória.

O ciclo de transição não é uma ameaça — é um mecanismo de renovação e equilíbrio. As mãos que seguram as rédeas do poder mudam, mas é justamente essa alternância que mantém a sociedade em constante evolução.

Que os detentores de poder hoje saibam que a grandeza não está em perpetuar-se, mas em transformar o presente, construindo as bases de um futuro mais justo e promissor. Pois no fim, o poder pode ser efêmero, mas o impacto de um trabalho feito com consciência e responsabilidade pode atravessar gerações. Como dizia o pai da ciência política Nicolau Maquiavel: “A política em pelo menos duas caras. A que se expõe aos olhos do público é a que transita nos bastidores do poder”.

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