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Polícia

PMs influenciadores: 57 respondem processos por má conduta nas redes sociais

Há pelo menos três anos, fardados ou à paisana (sem o uniforme), eles se tornaram populares e conquistaram milhões de seguidores em diversas plataformas digitais. Mas o fenômeno dos “policiais militares influencers” tem chamado também a atenção da corporação, que passou a monitorá-los principalmente no que diz respeito à imagem da Polícia Militar. Tão certo assim que, desde 2023, 57 PMs respondem a processos administrativos (PADs) por alguma conduta que a instituição julgou inadequada. E não foi só isso: uma portaria interna de 2022 disciplina o uso de redes sociais pela tropa na Bahia. As informações foram adquiridas pelo CORREIO com exclusividade. Pelo menos quatro foram presos.

Com a diversificação das plataformas digitais, e com isso o aumento do consumo de conteúdo, que influenciam na opinião pública, nos gastos, padrões, o espaço destinado às redes sociais na sociedade de modo geral é bastante significativo, logo não seria diferente para os policiais militares. Mas esse “novo” comportamento põe em xeque alguns princípios da corporação. Não à toa, em 2023, 27 policiais passaram a responder a “procedimentos ou processos relacionados a publicações, ou comportamentos em redes sociais”, segundo a Corregedoria Geral da Polícia Militar. Em 2024, esse número é de 28 PMs. Neste ano, até o momento, apenas dois servidores.

“Existe ainda uma certa ausência de modernização desses regulamentos disciplinares, para refletir melhor, o contexto contemporâneo e como se dão essas transgressões no contexto desse grande interesse pelas redes sociais”, declara o doutor em sociologia e coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), David Marques. Em um dos seus trabalhos, um levantamento mostra a principal preocupação dos regulamentos disciplinares, “que era o direito de manifestação que esses profissionais não têm, como o de greve”. “As organizações policiais têm se caracterizado, mais as militares, por uma tentativa de controle de sua própria imagem, por isso que esses regulamentos avançam sobre o direito individual dos policiais enquanto manifestações desses indivíduos podem, na visão da instituição, prejudicar a imagem da corporação”, declara.

Um dos militares mais populares é o soldado Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, o “Tchaca”, alvo recente da Operação Falsas Promessas. Ele mantém um canal no YouTube, que descreve como “o maior podcast policial da Bahia”, com mais de 60 mil seguidores. Já no seu perfil no Instagram, são mais 74 mil.

Fonte: Correio da bahia 
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