Brasil
Bahia tem 1 milhão de jovens de 16 a 29 anos que nem estuda nem trabalha
Por opção ou não, um em cada três jovens baianos entre 16 e 29 anos de idade não estuda e nem trabalha, de acordo com o estudo Síntese de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (15). Esse número, referente a 2016, representa cerca de 1 milhão de baianos (30,5% dos jovens), na condição de “nem-nem”, que é como são conhecidos os jovens que nem estudam, nem trabalham.
Entre as pessoas de 18 a 24 anos, 33,7% dos baianos estão nessa condição, enquanto na faixa etária de 25 a 29 anos, são 33,9% fora da sala de aula ou do mercado de trabalho. As proporções superam a média nacional (30,1% e 25,8%, respectivamente) e, para os baianos entre 25 e 29 anos (33,9%), representa o quarto maior percentual de “nem-nem” entre os estados, abaixo apenas de Alagoas (37,5%), Pernambuco (36,9%) e Maranhão (36,3%).
Assim como ocorreu nacionalmente, a proporção dos “nem-nem” na Bahia cresceu a partir de 2014, com maior intensidade entre 2015 e 2016 – reflexo principalmente, segundo o IBGE, da saída de jovens de ocupações no mercado de trabalho.
Considerando-se aqueles de 16 a 29 anos de idade, na Bahia, a porcentagem dos que não estudavam nem trabalhavam se manteve relativamente estável entre 2012 (26,0%) e 2015 (25,5%). Em 2016, no entanto, ela passou aos 30,5% (1 milhão de pessoas). O aumento dos “nem-nem” no estado foi o quarto maior comparando-se 2012 com 2016 e o segundo maior do país entre 2015 e 2016, abaixo apenas que o verificado em Pernambuco.
Embora não exista um perfil por estado desses jovens (16 a 29 anos), segundo a análise preliminar do IBGE, os que têm menor nível de instrução, além dos pretos ou pardos e das mulheres, estão mais sujeitos à condição de “nem-nem”.
Dos cerca de 1 milhão de baianos de 16 a 29 anos sem trabalho ou estudo, em 2016, 36,4% (cerca de 371 mil) estavam procurando trabalho e, por isso, foram considerados desocupados. Já 63,5% dos que não trabalhavam nem estudavam (647 mil pessoas aproximadamente) não estavam sequer buscando uma ocupação, ou seja, foram considerados fora da força de trabalho.
Nacionalmente, as proporções não são muito diferentes: 38,4% dos “nem-nem”, em 2016, estavam procurando trabalho, e 61,6% estavam fora do mercado.
Motivação
De acordo com a pesquisa, o principal motivo para esses jovens não estudarem, trabalharem ou buscarem uma ocupação são diferentes entre homens e mulheres.
Entre os rapazes, a razão mais citada (44,4%) foi não haver uma ocupação na localidade, uma justificativa diretamente ligada a questões do mercado de trabalho em si. Já para elas, a justificativa mais citada (34,6%) foi ter de cuidar dos afazeres domésticos ou do cuidado com filhos ou outros parentes.
Bahia: 6ª maior informalidade
A Síntese de Indicadores Sociais também mostra que, na Bahia, mais da metade das 6,1 milhões de pessoas de 16 anos ou mais que estavam ocupadas (55,6% ou 3,4 milhões de baianos) estavam em trabalhos informais – sem carteira assinada ou atuando por conta própria, sem contribuir para a Previdência Social.
Embora a informalidade no mercado de trabalho baiano tenha diminuído em relação a 2012, quando atingia quase 60% dos trabalhadores (59,5% ou cerca de 3,7 milhões de pessoas), ela ainda era, em 2016, uma das mais elevadas do país.
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