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Internacional

Estudante brasileira acusa ex-namorado de agressão nos Estados Unidos

Uma estudante de Belo Horizonte, que mora em Tampa, nos Estados Unidos, acusa o ex-namorado, também mineiro, de agredi-la no domingo (23) após uma discussão por ciúmes.

Erick Bretz, 25, foi preso no domingo (23) sob acusação de violência doméstica por estrangulamento e intimidação de vítima ou testemunha, segundo a polícia de Tampa. Ele foi solto três dias depois ao pagar a fiança de US$ 60 mil (cerca de R$ 243 mil). Seu passaporte foi retido e ele vai responder às acusações na Justiça dos EUA.

Melissa Gentz, 22, que cursa biologia celular, afirma que ele a agrediu por ser impedido de acessar o celular dela.

O caso foi divulgado na terça (25) pela própria Melissa, que usou as redes sociais para mostrar os hematomas ainda presentes em seu rosto.

Com a repercussão, milhares de pessoas começaram a seguir o perfil da jovem no Instagram para oferecer apoio. Desde então ela passou a usar o espaço para alertar mulheres sobre relacionamentos abusivos e encorajá-las a não serem permissivas. “É triste de saber que muitas mulheres passam por isso, mas é importante compartilhar e falar sobre isso, para que seja usado para o bem”, afirmou em uma das publicações.

Melissa diz que estava na casa do namorado quando ele a agrediu. Ela afirma que episódios como esse, motivados por ciúmes, eram comuns no relacionamento que havia começado há cerca de três meses. Os dois se conheceram enquanto ela passava férias no Brasil e o rapaz resolveu mudar para os Estados Unidos para cursar administração.

Ciani Gomes, amiga da universitária, disse ao UOL que o casal estava na casa de Bretz assistindo a um filme quando ele começou a beber, o que não era recomendado já que ele toma remédio controlado para dormir. Segundo a versão confirmada por Ciani, o rapaz ficou agitado e passou a demonstrar agressividade.

A jovem tentou se proteger e se trancou no banheiro, mas ele teria arrombado a porta para continuar as agressões, que incluiu prender sua cabeça entre as pernas dele para bater em seu rosto.

A estudante gravou um áudio, que circula nas redes sociais, em que mostra uma das brigas entre os dois. Na gravação, ela reclama da forma como ele teria tirado o celular de sua mão. Irritado, ele responde: “Quando eu pedir, você me dá. Por que você é tão burra assim? Para de fazer burrice.”

Em outro trecho, ele a critica por não se comportar “como mulher”. “Você não aceita um homem que tem mais dominância que você. Isso você não aceita. Você acha que você é o homem da relação, mas você não é. Você é uma mulher, véi (sic), tem que aceitar isso. Aceitar sua realidade”.

Melissa disse que esperou um tempo para poder falar sobre o assunto publicamente. Na texto, ela afirmou que gostava mais do lado esquerdo do rosto, que era o mais marcado pela violência. Disse ainda que não esconderia algo que era parte de sua história e encorajou outras seguidoras. “Nenhuma mulher precisa ter vergonha ou sentir culpada por ter sido violentada”, disse.

Já em vídeo, ela afirmou que ainda não se sentia preparada para mostrar o rosto, mas, diante de todo o apoio que estava recebendo, sentiu-se na obrigação de agradecer as pessoas que mandaram mensagens e entenderam o que ela está passando.

A jovem também postou uma foto anterior à agressão que, afirmou, havia sido apagada pelo ex-namorado. Nas redes, ela disse que ele queria controlar seu uso das mídias sociais e tinha costume de escolher quais fotos ela teria permissão para publicar. Também teria bloqueado vários amigos da jovem.

Segundo Melissa Gentz, seus pais foram para Tampa no início desta semana para apoiá-la diante do episódio. Ela disse que deve trancar o semestre e, que diante da soltura do ex-namorado, está com medo de permanecer na cidade.

Em mensagem nesta quarta (26), deixou um alerta para as mulheres contra relacionamentos abusivos. “Um homem que faz isso uma vez não vai mudar”, declarou.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que está acompanhando o caso e oferecendo apoio à estudante, mas que em respeito à privacidade dos envolvidos, não fornecerá outras informações. A reportagem tentou contato com Erick Bretz, mas não obteve retorno.

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