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A região do cacau ainda espera que os governos olhem por ela
Bombou nas redes sociais da região do cacau a notícia de que uma decisão do TJ havia anulado as dívidas de um casal de cacauicultores contraídas no período em que a vassoura-de-bruxa bateu forte.
Milton Andrade, presidente do Sindicato Rural de Ilhéus e interlocutor top da problemática do cacau com a Federação da Agricultura da Bahia (Faeb) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA), viu a notícia com desconfiança:
– Isso não é novo. Trata-se das mesmas pessoas com os mesmos advogados.
Por via das dúvidas, passou o caso para o advogado do sindicato. E estava certo. A notícia não era fake, mas era requentada, uma decisão de 2013.
Dívida — Segundo Milton, os endividados são em torno de quatro mil entre 30 mil produtores. O montante anunciado é de R$ 1,2 bilhão, mas na real fica em torno dos R$ 400 milhões:
– Os bancos botam muita gordura. Quando vêm os rebates, chega-se ao real.
Milton diz que governo algum ligou para o cacau. FHC prometeu e não cumpriu, Lula idem. Ele vislumbra uma esperança agora, com os acenos dos governos federal e estadual.
– O Pará planta todo ano de oito a dez mil hectares. E nós estamos aqui parados.
Milton diz que segunda-feira a ministra Tereza Cristina (Agricultura) vai abrir em Brasília um encontro em que a Ceplac vai demonstrar suas experiências. É um aceno positivo.
Rangel está de olho em Tito
Eleito deputado federal pelo Avante no rastro da estrondosa votação do deputado Sargento Isidório, Carlos Tito, o Tito, de Barreiras, não está sendo bem avaliado por um dos seus grandes cabos eleitorais, o comandante Rangel, que ano passado disputou o Senado pelo PSL de Bolsonaro.
A queixa, segundo o ex-deputado Raimundo Sobreira, amigo de Rangel:
– Tito simplesmente ainda não assumiu um mandato, não disse a que veio.
Crateras que lembram a Lua
A via paralela à BR-116, de acesso a postos de gasolina, empresas e afins, no trecho entre Salvador e Simões Filho, está uma lástima. Nestes dias, as crateras viram poças de um lamaçal.
Aliás, o caminhoneiro Joilson Vieira, 43 anos, 25 de estrada, num posto próximo a Simões Filho, até fazia piada:
– Dias atrás eu vi na tevê as comemorações dos 50 anos da chegada do homem à Lua, andado aqui até parece que eu já estive lá.
Herzem e a outra Bíblia
Ainda no rescaldo da inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, circula nas redes o fato de o prefeito Herzem Gusmão (MDB) ter andado o tempo todo com um livro debaixo do braço.
Trata-se do livro do ex-prefeito Raul Ferraz, intitulado A revolução dos prefeitos do Brasil não precisa dos Estados.
Lá se diz que se Herzem fez do livro sua Bíblia, nada aprendeu. A administração dele é mal avaliada.
César Mata Pires Filho, o lamento do empresariado
O empresariado baiano de alto coturno estava ontem numa tristeza só, com a morte prematura de César Mata Pires Filho, aos 41 anos. Filho de Tereza, Neto de ACM, primo de ACM Neto, o pai dele, César Mata Pires, um dos fundadores da Construtora OAS, morreu em agosto de 2017 também vítima de infarto.
Entre o empresariado, um consenso: no mundo da construção civil o jogo das propinas para políticos sempre foi um fato, agora escancarado pela Lava Jato.
Por aí, César Filho já nasceu nisso e acabou herdando uma dupla herança maldita: o fato de as autoridades brasileiras também atingirem as empresas, além dos dirigentes, mais a maldição da empresa do pai. Ele não aguentou o tranco.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Desencontro
Conta Sebastião Nery que em 1979 uma comissão de deputados federais e estaduais da oposição procurou a Secretaria da Segurança para pedir autorização para fazer uma manifestação em favor da greve do ABC paulista. O secretário Durval Mattos negou, Élquisson Soares ligou para ACM, governador:
– Será uma manifestação pacífica, governador. Só uma caminhada da Praça da Sé ao Campo Grande.
– Na rua, não! Faça na sede do partido.
– Governador, aqui estão todos os deputados do PMDB, o professor Josaphat Marinho, presidente do PMDB, o professor Rômulo Almeida, representando todos os partidos da oposição…
– Então aproveite e diga o que acha da invasão do Afeganistão pela Rússia.
– Somos contra, mas também somos contra a invasão da Bahia pela Dow Química.
– Me respeite, seu moleque atrevido!
– Atrevido é você!
– É a sua!
– É a sua!
A passeata saiu. E foi dissolvida no pau.
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