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Educação

Volta às aulas: quando há risco nas escolas

Manual elaborado pela Fiocruz põe em questão se os protocolos a serem adotados pelas escolas são mesmo suficientes

“Assino qualquer termo, mas minhas filhas jamais retornarão este ano para escola. Álcool em gel, máscara e marcações de distanciamento, para mim, não são suficientes. As crianças estão com saudade e a primeira coisa que vão fazer é abraçar os colegas. Não tem funcionário que vá conseguir conter isso”. Para a operadora de telemarketing e mãe das meninas, Ingrid, Ana Beatriz e Isabelle Senna, Juliana Senna, isso ainda é muito pouco para que as crianças retornem às aulas com segurança.

Alunas de uma escola pública no subúrbio de Salvador, elas cursam o 7º e 6º ano, respectivamente. Ainda que o investimento para adequar toda a estrutura das escolas chegue a cifras milionárias – inclusive, em instituições de ensino baianas – o fato é que Juliana não está convencida. “Eu não posso perder as minhas filhas para esse vírus”, reforça.

A lista de medidas que as escolas se comprometem a adotar, de modo a prevenir a contaminação pelo novo coronavírus parece pequena, diante das normas e diretrizes presentes nas 41 páginas do Manual sobre Biossegurança para a reabertura das Escolas no contexto da covid-19, elaborado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).

O material tem como referência documentos de organismos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Lançada recentemente, a cartilha traz um modelo de checklist – sobre sinais e sintomas – de preenchimento diário por parte de toda a comunidade escolar e destaca aspectos de transmissão da doença.  Além disso, ela orienta campanhas de denúncias de fake news sobre o coronavírus, normas sobre condições dos banheiros e a gestão de resíduos sólidos na pandemia.

Coordenadora geral de Ensino Técnico da EPSJV/Fiocruz e uma das autoras do manual, Ingrid D’avilla observa que muitas normas demostravam fragilidade nos planos. “Os protocolos que vinham sendo apresentados – e  muitos dos que nós lemos – tratavam as  escolas como se elas fossem iguais a um comércio”.

Fonte ; Correio da Bahia
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