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Brasil

Jornalista pego em grampo da PF pede demissão da Veja

O jornalista Reinaldo Azevedo pediu demissão da revista Veja, onde assina uma coluna, nessa terça-feira (23), após a Procuradoria Geral (PGR) anexar grampos de sua conversa com Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, em inquérito.
Durante a ligação telefônica, que estava sendo gravada pela Policia Federal, Azevedo chama a reportagem da Veja de ‘nojenta’ e critica Janot para irmã de Aécio. Apesar disso, a PF não considerou indícios de crimes na conversa realizada entre o jornalista e sua fonte, Andrea Neves.
Ao site BuzzFeed, Reinaldo Azevedo afirmou que a divulgação da conversa fere um dos principais direitos da profissão. “Há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo”, disse.
Veja a nota completa:
“Pela ordem:
Comecemos pelas consequências.
Pedi demissão da VEJA. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou.
1: não sou investigado;
2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;
3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;
4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;
5: mas me ocorreu em seguida: “se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é critico ao trabalho da patota.
6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerado um escândalo. Por aqui, não.
7: tratem, senhores jornalistas, de só falar bem da Lava Jato, de incensar seus comandantes.
8: Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela;
9: Bem, o blog está fora da VEJA. Se conseguir hospedá-lo em algum outro lugar, vocês ficarão sabendo.
10: O que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredida por algo que nada tem a ver com a investigação;
11: e também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo”.

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