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Coronavírus

Covid avança e taxa de ocupação de UTIs volta a crescer em Salvador

No momento em que se teme a chegada de uma terceira onda da Covid-19 em Salvador, a cidade registra o aumento nas taxas de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). No final da tarde de ontem, dois hospitais estavam com ocupação máxima dos leitos de UTI adulto, enquanto outras quatro unidades registraram 90% ou mais de ocupação, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Para o secretário municipal de Saúde, Leo Prates, o cenário epidemiológico da cidade já mostra descontrole.

De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), em Salvador as duas unidades que estão em lotação máxima são o Hospital Eládio Lasserre e a Maternidade Professor José Maria de Magalhães, enquanto o Hospital do Subúrbio já registra 97% dos leitos ocupados, e o Hospital Sagrada Família, 92% de ocupação. No Hospital Municipal de Salvador (HMS) e no Hospital Especializado Salvador, a ocupação era de 90% nos leitos de UTI ontem. Capacidade máxima também já foi registrada pela Sesab no Hospital Aeroporto, em Lauro De Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

De modo geral, até às 18h de ontem, a Sesab registrou 83% de ocupação dos leitos de UTI adulto em todo o estado, enquanto em Salvador a ocupação dos leitos de UTI adulto, segundo os indicadores da Secretaria Municipal de Saúde, foi de 81%.

Descontrole

Na capital, segundo o secretário Leo Prates, o cenário de descontrole se explica pelo fator Rt ser superior a 1. Este dado indica quantas pessoas um determinado indivíduo pode infectar. De acordo com Prates, caso esse cenário persista e a população não colabore, não existirá alternativa, senão retomar medidas mais restritivas.

“Esta decisão será sempre do prefeito Bruno Reis e do governador Rui Costa. Porém, posso dizer que hoje o cenário epidemiológico da cidade é de descontrole, estamos com o fator RT acima de 1. Nós estamos vendo uma alta na ocupação dos leitos de UTI. Ou a população colabora ou não vejo outra saída para o governador e o prefeito”, afirmou Prates.

Cenário

Na tarde de ontem, conforme registrou a equipe de A TARDE, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris tinha um intenso movimento de pacientes e ambulâncias. Entre os pacientes, a maioria jovens, que aguardavam atendimento no local, diversos relatavam e apresentavam sintomas característicos da Covid-19, a exemplo da tosse frequente.

De acordo com Prates, o movimento intenso nas unidades de atendimento pode ser explicado em função do Dia das Mães, em que a população não acatou aos apelos feitos pelos gestores, para seguir com os cuidados contra a pandemia.

“Já temos gripários e UPAs pressionados, então é algo que preocupa bastante. Coincidentemente, a alta ocorreu 15 dias após o Dia das Mães. Infelizmente, as pessoas não ouviram os alertas feitos pelo governador, prefeito, pelo secretário Vilas-Boas e por mim. Não houve repercussão prática do alerta que demos, sobre a nossa preocupação com o Dia das Mães. Sempre após essas datas comemorativas acontece isso”, ressaltou.

Para ele, o cenário atual só aumenta a atenção para o São João. “Isso nos leva a concordar e apoiar a decisão do governador de suspender o transporte intermunicipal durante os festejos juninos, para não haver uma transmissão desenfreada na Bahia”, afirmou Prates.

Preocupação

O secretário Leo Prates também revelou preocupação com a saúde financeira do município, que precisa investir nas ações de combate ao novo coronavírus. De acordo com o Prates, o governo federal tem destinado poucos recursos financeiros para a estratégia de enfrentamento à Covid-19.

“A prefeitura tem uma saúde financeira boa, mas caso o governo federal continue com os repasses ínfimos feitos esse ano, será complicado. No ano passado o governo federal deu um apoiou, mas este ano não está participando do enfrentamento à pandemia. Isso afetará seriamente a saúde financeira do município, caso o governo federal não volte a fazer sua parte. O município está tendo que fazer sua parte e a do governo federal”, lamentou Prates.

*Sob a supervisão da jornalista Hilcélia Falcão

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