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Sincericídio, as inconveniências da verdade relativa–Artigo de Jucy Santana
Administradora, Master Coach, Mentora organizacional, Palestrante, Subdelegada Direitos Humanos em Itabuna
Em tempos de sentimentos tão áridos, falar a verdade pode se tornar um sincericídio.
Que os últimos dias têm sido uma interminável incógnita não resta dúvidas, e cá seguimos nós, emocionalmente desconfigurados.
Surtos, falas demasiadas, opiniões, o ser humano no geral não é habilidoso em expressar seus sentimentos, e é aí que a coisa pega.
Estamos com as emoções fragilizadas e endurecidas, e um comentário banal acaba tomando dimensão pessoal.
E, para ser sincero, falar a “verdade” nem sempre é legal. Se não soubermos empregar a inteligência social com responsabilidade, nossas falas se tornam simples agressões capazes de abalar a autoestima do outro.
O sincericídio é uma espécie de verdade relativa, em que o indivíduo fala sem pensar, desconsiderando o que o outro sente ou deseja. Expor fatos e opiniões sem refletir pode afetar as pessoas à sua volta.
Experimentamos ao longo do dia, pelo menos uns vinte tipos de emoções; nas redes sociais, companhia frequente do nosso solitário eu, deixamos por conta dos emojis falar sobre o que sentimos.
E nesse turbilhão de sentimentos X emoções, algumas não bem compreendidas, outras não bem explicadas, expor a verdade nua, crua e sem filtro tem impactado de forma bem negativa.
Em nossas vidas, passamos por diversas situações em que erramos e acertamos. Por isso, é necessário tratar tudo que já passou como um aprendizado, dando um novo significado, compreendendo suas ações e atitudes.
É importante promover a construção diária do nosso eu, mais forte, mais consciente. Falar a verdade é um atributo praticamente incontestável, exceto quando é confundida com exposições inconvenientes de pontos de vista, ideias ou opiniões, que não visam nada além da satisfação do próprio ego.
A incapacidade de filtrar comentários pela sua conveniência pode gerar grandes dores de cabeça, tanto no cenário pessoal quanto profissional.
Pessoas podem ficar verdadeiramente magoadas e ofendidas por esse posicionamento explícito.
Precisamos de mais delicadeza ao caminhar pelo coração do outro, as marcas de nossa passagem algumas vezes se tornam indeléveis.
Pontuar a verdade requer observar contexto, receptor, fonte e bom senso; e se você está se perguntando se evitar ser sincero não seria uma mentira, não, não é. Cuidar da sinceridade é apenas uma demonstração clara de autocontrole sobre a nossa fala.
O momento é de buscar leveza, cultuar a ideia de não é o que se diz, mas como se diz que faz toda a diferença.
Escrita por: Escrito por: Ederivaldo Benedito – Informação ágil, texto leve, comentário objetivo
Notícia da Categoria: DESTAQUE
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