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Artigo da Semana

O Conto do Vigário Eleitoral 

Por Jerberson Josué

 

Toda eleição, ao se aproximarem as datas finais de filiações partidárias, assistimos a verdadeiras guerrilhas e embates “sangrentos” com os pretensos pré-candidatos. Uns são aliciados por cargos e as tais promessas de estruturas, o que quase nunca são cumpridos nas campanhas. Existem os que caem nos contos dos líderes partidários, que fingem, omitem, escondem e até fraudam a realidade da lista dos candidatos. O famoso conto “aqui nós vamos fazer dois”, quando na verdade, com muito custo, tem chance de fazer um, e os casos emblemáticos em que dizem que o partido vai fazer três ou quatro, pra encher os olhos e tranquilizar o pretenso candidato, e na vida real o partido teria condições de abrir o quociente e lutar apenas por uma segunda vaga, o que acontece com a maioria dos partidos.

Os desatentos ao final do prazo, se deparam com inusitadas situações, inclusive com ocupante de mandatos ou até integrantes protagonistas nos governos, transformando a corrida eleitoral fratricida pra os novatos sem mandatos, até o transformando em a verdadeira “mula gorda” (termo usado nos casos de candidatos com votos medianos).

Ou com o partido praticamente vazio só com as tais “piabinhas”, fazendo com que alguns tenham chances quase nulas pois normalmente o tal cacique partidário já deixou a cama pronta pra seu candidato prioritário. É um chororô de dar dó no pós fim da janela partidária. Isso é, todos municípios, em Ilhéus, Itabuna e nos municípios de nossa região onde temos médios e pequenos colégios eleitorais, tem o agravante de quase na totalidade os partidos serem conduzidos por verdadeiros lobos e raposas da política, que tem como objetivos eleger a si próprio ou a quem sustenta seu “poder” local, que serve como barganha segundo seus interesses pra eleição estadual e quase nunca tem o foco de construção de projetos plural e amplo pra sociedade e na própria instituição partidária.

Temos até os casos em que os ditos líderes, sequer tem interesse em novas filiações de líderes expoentes ou forjar novas lideranças, inclusive fomenta desfiliações de quem não segue suas cartilhas nos rumos do partido.

Tem também na região, os especialistas em organizar coligações e partidos que sempre elegem vereador, pra si próprio ou pra os outros. Essa é a pior de todas anomalias no processo eleitoral, que aborta ou mata por inanição, interditando qualquer debate propositivo nas agremiações partidárias brasileiras.

Um dia, quem sabe, caso o grau de participação da sociedade nos partidos seja mais virtuoso, esse quadro mude. A curto prazo é deprimente o quadro, e com isso, muitos vão cair no conto do vigário eleitoral mais uma vez. Então se liga abestado, como diria Tiririca. Eu sou Jerberson Josué e sigo daqui atento aos movimentos e articulações políticas como um simples olheiro.

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1 Comentários

  1. Isaac Albagli Responder

    Bom artigo. Porém existem excessões: quando montei o PMN e me elegi vereador, a primeira providência foi não aceitar candidatos estrelas. Estes espantam os demais. Os considerados “eleição certa” só atrapalham a formação dos partidos. Eu dizia aos filiados que o PMN faria três vereadores e possivelmente quatro. Disse que a última vaga seria disputada com quem tivesse 300 a 400 votos. Não deu outra. Elegemos três nomes. Eu, o médico Divaldo Lopes e o advogado Hermínio Ramos do Salobrinho. Hermínio foi eleito com 380 votos! O primeiro suplente que “quase” entra, meu primo Henrique Almeida, teve 310 votos. Assumiu interinamente por várias ocasiões. Assim se monta um partido. Com seriedade, sem enganação e com estrutura para dar chance àqueles que se destacarem mais. Outros seguiram depois esse caminho, mas nenhum teve a proeza do PMN. Bons tempos.
    Isaac Albagli

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