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Artigo da Semana

O teatro da hipocrisia na política em Ilhéus

 

Era uma vez um sapo e um escorpião. O escorpião queria atravessar o rio, mas não sabia nadar. Pediu, então, uma carona ao sapo, que, desconfiado, questionou: “Mas você não vai me picar no meio do caminho?” O escorpião, indignado, respondeu: “Seria um absurdo! Se eu fizesse isso, ambos morreríamos afogados!” Convencido, o sapo aceitou levá-lo. No meio da travessia, sentiu a ferroada. “Mas por quê?” perguntou ele, enquanto afundavam. “Porque é a minha natureza”, respondeu o escorpião.

Essa história se repete, ano após ano, na política ilheense. Durante as eleições, políticos se vestem de cordeiros, prometem mudanças e juram lealdade ao povo. Mas, uma vez no poder, a verdadeira natureza se revela e as prioridades mudam drasticamente. As promessas evaporam, os discursos inflamados dão lugar às alianças improváveis e os interesses pessoais ganham protagonismo.

O mais curioso é a dinâmica teatral das relações políticas. Em público, adversários ferrenhos trocam farpas e inflamam discursos moralistas; nos bastidores, compartilham mesas fartas e brindam a próximas jogadas de xadrez político. São como atores de uma novela repetitiva, cujo roteiro todos já conhecem, mas insistem em assistir.

Outro fenômeno intrigante é a capacidade de certos políticos de inverter a lógica das decisões. Em um mundo ideal, pensa-se, reflete-se e age-se. Em Ilhéus, a ordem é invertida: primeiro tomam-se as decisões, depois se tenta encontrar uma justificativa para elas. Se não der certo, culpam a “herança maldita”, a crise econômica, ou até mesmo o horóscopo do dia.

O povo de Ilhéus precisa parar de fazer o papel do sapo ingênuo. É preciso mais fiscalização, mais participação ativa e menos esperança cega. Se continuarmos aceitando as mesmas histórias, os mesmos padrões e os mesmos escorpiões, não podemos nos surpreender quando, inevitavelmente, formos picados outra vez.Gostaria de afirmar nesse espaço que essa narrativa é reflexão não se refere a gestão atual e sim ao modus operandi como os políticos há décadas executam seus projetos para a chegada ao poder .

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