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Artigo do Dia

Editorial : A cultura da traição política em Ilhéus: Interesse pessoal acima da cidade ?

 

Ilhéus se tornou um lugar onde a maioria dos políticos parece sofrer de amnésia seletiva. O que antes era fidelidade política, hoje se transformou em um jogo de conveniência e oportunismo. A população ilheense testemunhou vereadores e lideranças defendendo fervorosamente a gestão do ex-prefeito Mário Alexandre, seja na tribuna da Câmara ou nas ruas. No entanto, com a troca de governo, essas mesmas figuras agora elogiam o novo gestor, como se o passado fosse um erro a ser apagado.

É comum que, quando um prefeito perde a eleição, o sucessor tente atribuir a ele a culpa pelos problemas da cidade. No entanto, o que chama atenção é a rapidez com que lideranças políticas mudam de lado sem qualquer constrangimento. O que antes era uma lealdade a grupos políticos ao longo dos anos, hoje se tornou um ambiente de traição descarada, onde a fidelidade é trocada por interesses pessoais.

Ao ouvir conversas políticas nos bastidores, percebe-se que poucos realmente lutam por uma cidade melhor. O objetivo não é a coletividade, mas sim o benefício próprio. O mais curioso é como a opinião sobre o ex-prefeito Mário Alexandre oscila conforme a conveniência: quando o nome dele é citado, muitos dizem que sua carreira política acabou, mas quando se trata de recursos e vantagens, a postura muda imediatamente.

O ex-deputado Geddel Vieira Lima já abordou essa questão ao falar sobre fidelidade política. Em entrevista, ele afirmou que “todo político que tem vergonha na cara segue o grupo que acredita, e não fica pulando de galho em galho”. Segundo Geddel, aqueles que mudam de lado constantemente mostram que são infiéis às suas bases e dificilmente alcançam sucesso duradouro na política.

Essa cultura de traição política em Ilhéus não surgiu do nada. Há décadas, a política local se baseava na construção de grupos sólidos e leais, algo que praticamente desapareceu nos dias de hoje. A grande questão é: essas mudanças refletem uma nova realidade política ou apenas a fragilidade do caráter de certas lideranças?

A pergunta que fica é: essas pessoas estão realmente preocupadas com Ilhéus ou apenas consigo mesmas?

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