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Bahia

Documentário “Dessa Arte Eu Sei Um Pouco” homenageia legado de mestres de capoeira na Bahia

Filme estreia dia 14 de novembro na Saladearte do MAM e conta história do icônico mestre Paulo dos Anjos, através das memórias de seus discípulos

O legado de Paulo dos Anjos, um dos mais importantes mestres de capoeira da sua época, é contado através das memórias de três de seus discípulos: Jaime de Mar Grande, Jorge Satélite e Rene Bittencourt, , no documentário “Dessa Arte Eu Sei Um Pouco”, que estreia na Saladearte do CineMAM, dia 14 de novembro (quinta). O filme, dirigido pelo cineasta e capoeirista Cled Pereira (@cledpereira), é distribuído pela Borboletas Filmes (@borboletasfilmes) e segue em cartaz até dia 20 de novembro. No dia 15 de novembro (sexta) acontece uma sessão especial de debate com o diretor e alguns dos mestres de capoeira convidados. Os ingressos custam R$ 10.

Primeiro longa-metragem de Cled Pereira, “Dessa Arte Eu Sei Um Pouco” mergulha na vida e nos ensinamentos de Mestre Paulo dos Anjos, uma figura icônica da capoeira angola, que movimentou e defendeu a tradição ancestral da capoeira na Bahia. A música, os métodos e pensamentos do mestre são ilustrados no filme, trazendo à tona a importância de preservar e passar adiante a herança cultural da capoeira. O espectador é guiado pela narrativa de seus discípulos, que contam sobre suas afinidades e divergências com o velho mestre.

O documentário, que também será exibido em São Paulo antes da estreia em Salvador, promete trazer uma imersão no universo da capoeira baiana. Com uma abordagem sensível, Cled Pereira retrata os desafios, as alegrias e as tradições transmitidas de geração em geração. “É um filme sobre capoeira, mas que também fala sobre solidariedade e companheirismo entre homens negros que encontraram na capoeira um ambiente agregador que transformou suas vidas”, conta o diretor.

Cled destaca ainda que é possível contar a história do país através da capoeira, como uma espécie de arma de sobrevivência do povo preto no Brasil. “A capoeira é uma enciclopédia de saberes que não foram gravados em livros, mas no corpo e pela oralidade. Pelas músicas, brincadeiras, de rituais, de lutas, de saberes corporais infinitos, especialmente a Capoeira Angola que tem uma conexão forte com a ancestralidade”.

 

Para o diretor, o filme transcende a arte da capoeira e é indicado para todas as pessoas, pois reflete sobre diversos pontos de conexão com a vida social. “Capoeira é um espaço muito agregador, onde você consegue viver muitos valores que se perdem: de comunidade, de convívio com a diversidade. Ela te propõe várias coisas que a vida contemporânea tenta tirar.

 

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

 

SERVIÇO

Estreia do filme “Dessa Arte Eu Sei Um Pouco”

Diretor: Cled Pereira

Estreia: dia 14 de Novembro (Quinta) em cartaz até 20 de novembro

Saladearte CineMAM: Solar do Unhão – Av. Contorno, s/n – Dois de Julho, Salvador – BA

Dia 15 de novembro (Sexta) às 19h: Bate-papo pós sessão com diretor e convidados

Ingressos: R$ 10

 

Acompanhe em:

@dessaarteeuseiumpouco

@cledpereira

@borboletasfilmes

 

Ficha Técnica

Ano: 2022

Duração: 80 minutos

Roteiro e Direção: Cled Pereira

Produção: Juliana Del Lama, Cled Pereira

Direção de Fotografia: David Alves

Som direto: Danilo Duarte, Marcos Gatinho, Juliana Del Lama

Edição de som: Higo Melo

Trilha Sonora Original: Fábio Miranda, Fernando Miranda

Local de Produção: Bahia, São Paulo, Brasília

Produtora: Cobogó Filmes

Imagens de arquivo:

– Associação Cultural de Capuêra Angola Paraguassú

– ACANNE (Associação de Capoeira Angola Navio Negreiro)

Distribuição: Borboletas Filmes

 

Sobre Mestre Paulo dos Anjos

Mestre Paulo dos Anjos destacou-se, em vida, como um dos mais versáteis e exímios angoleiros deste século e um dos que mais resistiram às tentativas correntes de enxertar a Capoeira tradicional com os modismos e inovações da capoeira moderna. “Para mim, nada mudou. Eu continuo fazendo a Capoeira Angola conforme a tradição”, ele costumava dizer.

 

Nascido em 15 de agosto de 1936, na cidade sergipana de Estância, o jovem de catorze anos José Paulo dos Santos já despontava, em Salvador (1950) como um promissor lutador de boxe. Desde que conheceu o mestre Canjiquinha, um ano antes, afeiçoou-se à Capoeira e passou a freqüentar as rodas de rua da capital baiana e das cidades do Recôncavo. Nas festas de largo, sua técnica e sua habilidade começaram a chamar a atenção de todos e, daí em diante, o tempo se incumbiu de transformá-lo no mestre Paulo dos Anjos, consagrado pelas mãos do próprio mestre Canjiquinha.

Além do respeito que sua personalidade impunha naturalmente aos seus contemporâneos, ele se tornou muito conhecido, também, como cantador de Capoeira e teve várias músicas gravadas em CD, com seu estilo peculiar, mantendo a tradição da Capoeira também nas músicas. Ao lado do mestre Gato Preto, deu aulas na Ilha de Itaparica e também em outras localidades da região metropolitana de Salvador.

 

Na década de 70, transferiu-se para São Paulo, onde permaneceu por cinco anos. Em São José dos Campos, formou o grupo Anjos de Angola. Em 1978, venceu o campeonato de Capoeira, promovido no Ginásio do Pacaembu, na capital paulista. Retornou a Salvador, em 1980, e influiu no movimento de conscientização dos capoeiras na luta por melhores condições de trabalho. Integrou, a partir de 1987, a Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA) e acumulou seu trabalho na Capoeira com as atividades de funcionário público, na prefeitura de Salvador. Muitos de seus alunos são hoje, professores e mestres. Alguns já possuem academias próprias em Salvador e em São Paulo: Virgílio do Retiro, Jaime de Mar Grande, Jorge Satélite, Pássaro Preto, Amâncio, Neguinho, Renê, Alfredo, Djalma, Galego, Mala, Josias, Cabeção, Jequié, Feijão, Vital e Al Capone, entre outros.

 

Sobre o diretor Cled Pereira

Cled Pereira, capoeirista, é graduado em direção de fotografia pela Escola de Cinema de Barcelona (ECIB) e Bacharel em cinema e mídias digitais pelo Instituto de Ensino Superior de Brasília (Iesb). Trabalha como Diretor de Fotografia, operador e assistente de câmera. Entre seus principais trabalhos estão o longa-metragem “Rumo”, de Bruno Victor e Marcus Azevedo e os curtas-metragens “Vão das Almas”, de Edileuza Penha e Santiago Dellape, “As dúas em Punto”,“La madre y la cerda” e “As Fraquejadas” de Uliane Utatit.

 

Sobre Borboletas Filmes

Produtora e Distribuidora de conteúdo audiovisual, voltada para realização, produção, distribuição e gestão de conteúdos culturais, com expertise acentuada para os conteúdos audiovisuais identitários.

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