Bahia
Baleias jubartes se aproximam do litoral baiano
Por Davi Valadares
Entre os meses de julho e novembro, as águas calmas e quentes do litoral baiano são cenário propício para a chegada das baleias jubartes. Todo ano, esses grandes mamíferos viajam por cerca 2 meses, da Antártida até os trópicos, para acasalar e reproduzir. Esse ano, no entanto, um comportamento atípico dessas baleias, que já foram vistas nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, tem chamado a atenção de ambientalistas e defensores da vida marinha: ao se aproximarem mais da faixa litorânea do que, em geral, costumam fazer, alguns desses animais têm ficado presos em redes de pesca. Este ano, ao menos 20 baleias juvenis já foram encontradas mortas no litoral catarinense.
A partir destes casos, representantes do Instituto Redemar Brasil, com apoio da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), do Programa de Extensão Interdisciplinar de Preservação do Oceano da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), da Aquamar e do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), lançaram o Projeto Baleias Soteropolitanas (PBS). O objetivo do projeto, segundo o presidente do Instituto Redemar Brasil, William Freitas, é monitorar os animais com o intuito de prevenir acidentes desse tipo durante a temporada das baleias no estado – o maior berço reprodutivo do Atlântico Sul é na região de Banco dos Abrolhos, que vai de uma área localizada no sul da Bahia até o norte do Espírito Santo.
“Estamos monitorando. Temos um mapa de avistamento que vai facilitar a identificação da rota das baleias na região. Além de buscar preservar a vida desses animais, o Projeto Baleias Soteropolitanas tem um viés educacional forte, já que visa conscientizar a população sobre a importância não apenas das baleias, mas também do próprio oceano na vida cotidiana da cidade”, explicou William Freitas que projetou a vinda de 25 mil baleias na nossa costa esse ano. “O auge dos avistamentos aqui em Salvador ocorre entre a segunda quinzena de agosto a final de setembro. Neste período é comum ver as baleias acompanhadas dos filhotes”, disse William que antecipou ainda que o monitoramento deve acontecer da praia de Stella Maris até São Tomé de Paripe.
Presença do mamífero
As baleias transitam no litoral brasileiro desde muito antes da colonização. Em Salvador, esses gigantes do mar abasteceram por muito tempo a indústria do óleo de baleias, considerado uma matriz energética que em muito contribuiu para o crescimento econômico da cidade. As espécies podem atingir cerca de 16 metros de comprimento e pesar entre 35 a 40 toneladas. “A presença do animal mostra que a população de Jubarte, que já esteve na lista de espécies ameaçadas de extinção, está se recuperando, e que precisamos repensar as atividades durante o período migratório das Jubartes em nossa costa”, finalizou William Freitas que orientou as pessoas a sempre manter uma distância mínima de 300 metros quando avistar uma baleia viva, evitando interromper o deslocamento dela.
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