Bahia
Influencer baiano denuncia racismo no Festival Liberatum
Uma denúncia de racismo foi feita contra a organização do festival Liberatum, que aconteceu em Salvador no início desse mês, e levou à demissão de um colaborador, segundo o evento.
Pelas redes sociais, o influenciador Jackson Cunha, mais conhecido como Vitty, compartilhou vídeos contando sua experiência com o Liberatum e dizendo que foi alvo de posturas racistas por parte de um envolvido na organização.
Vitty disse que um homem branco, estrangeiro, constrangeu ele e seus amigos com postura racista algumas vezes – ele cita dois exemplos, o primeiro enquanto os convidados pretos tiravam fotos no backdrop do Liberatum e o segundo durante um jantar. “Não aconteceu nem uma, nem duas vezes. Aconteceram várias vezes e não só comigo, mas com outras pessoas também”, disse. Ele compartilhou um trecho de vídeo em que o homem aparece entrando na frente quando eles tiravam fotos.
Já prontos para o jantar em homenagem à cantora Alcione, depois do episódio das fotos, Vitty diz que ele e amigos deixaram bolsas em cadeiras, orientados a marcar o lugar, e saíram um pouco do ambiente. Depois disso, contudo, o envolvido com a produção teria mexido na bolsa de um deles.
Vitty diz que eles denunciaram o episódio e o homem foi expulso do evento, mas afirma que ele voltou a estar presente no fechamento do Liberatum. O nome dele não foi informado.
“Foi uma falta de respeito com Salvador, uma falta de respeito com as pessoas pretas e principalmente uma falta de respeito com os artistas e pessoas pretas de Salvador. Foi uma grande falta de respeito eles virem de lá para vim promover o evento aqui e desmerecer as pessoas da casa. Foi uma grande falta de respeito. Serve de aprendizado para vocês que têm a síndrome de vira lata e não valoriza os artistas locais de vocês”, disse o influenciador.
Depois que as imagens viralizaram, um comunicado foi divulgado nas redes sociais do evento, assinado pelo idealizador do festival, Pablo Ganguli. Ele presta solidariedade ao influencer e diz que o colaborador identificado como responsável pelos atos denunciados já foi demitido assim que a equipe soube do ocorrido.
“A Liberatum expressa publicamente repúdio às situações de racismo que aconteceram nos últimos dias. Eu. Pablo. Fundador da Liberatum. Pessoa não- branca, indiana. Queer. Não só tive meu cargo questionado por pessoas brancas do público, como fui fisicamente empurrado por uma delas durante o festival. A Liberatum se responsabiliza e se solidariza com toda e qualquer pessoa que tenha experienciado discriminação, em especial @euvitty que publicamente sinalizou o caso criado por um dos nossos funcionários que foi imediatamente expulso do local. Após investigação interna o mesmo foi devidamente notificado e demitido. Nos não compactuamos com nenhuma forma de discriminação ou intolerância a ninguém. É contra tudo que lutamos”, diz o texto da nota.
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