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Bahia

Romaria Quilombola da Bahia : Fortalecimento das Políticas Públicas para as Famílias

 

No último fim de semana os movimentos quilombolas da Bahia, realizaram a organização conjunta da VIII Romaria Quilombola. Uma tradição que resgata a memória de seus ancestrais, que em 1888 realizaram uma peregrinação até a Gruta do Bom Jesus para agradecer pela liberdade.

“Gostaríamos de agradecer pela união, parceria, energia de todos que estiveram presentes nesse momento.” Agradece, Juliana Vaz, Defensora de Direitos Humanos, ativista e Liderança Quilombola.

Depois de 13h de viagem, Luiz Carlos Mendes, do Quilombo de Jequitibá, no município de Mundo Novo, celebra sua primeira participação na Romaria Quilombola em Bom Jesus da Lapa. Em sua 8ª edição, a Romaria Quilombola é construída por homens e mulheres de quilombos de toda Bahia. Houve participação de famílias quilombolas de Itacaré, Feira de Santana, Camamu, Bom Jesus da Lapa, Taperoá, Cachoeira, Vitória da Conquista, Mundo Novo e de diversas outras regiões dos 417 municípios da Bahia.

 

Segundo os registros históricos, a primeira caminhada aconteceu em junho de 1888, quando pessoas pretas libertas da escravidão foram para o santuário de bom jesus da lapa trazendo consigo moedas de bronze para depositar aos pés do bom jesus como forma de agradecimento pela libertação.

História – registros populares e históricos dão conta de que a primeira Romaria Quilombola, em Bom Jesus da Lapa, se deu em 1888, um mês após a assinatura da Lei Áurea, no dia 13 de junho, quando os negros alforriados foram informados de sua libertação. Nessa ocasião, eles se juntaram em grupos e seguiram em Romaria para a gruta do Senhor Bom Jesus da Lapa, que chamavam de ‘lemebe-furame’, em seu idioma nativo. Lá, como forma de celebração, ofereciam moedas no altar, que foram derretidas e originaram o sino que hoje integra o acervo do santuário. Desde então, o tilintar do sino simboliza o ecoar das vozes do povo liberto pela busca de afirmação e identidade na luta pela garantia de direitos.

“Que emoção subir denovo esse lugar que eles acreditaram que de fato a liberdade estava chegando… Com as moedas que aqui colocaram aos pés do bom jesus em 1888.” Celebra, Florisvaldo Oliveira, Coordenador do Conselho Estadual das Comunidades e Associações Quilombolas da Bahia.

Organizada pelo Conselho Estadual das Comunidades e Associações Quilombolas do Estado da Bahia (CEAQ-BA) e os Conselhos Regionais dos Quilombos, a Romaria Quilombola este ano teve como tema “Seminário da alforria: organização e efetivação de direitos”. Para o coordenador do CEAQ, Florisvaldo Rodrigues, o encontro é essencial para a luta e organização do movimento. “Esse é um momento muito importante para o movimento quilombola da Bahia. Discutimos pautas que retratam as políticas de reparação e emancipação para o povo quilombola, sobretudo a regularização fundiária dos nossos territórios, porta de entrada para acesso a outros direitos”, destacou.

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