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Brasil

Bebianno teria escrito cartas para caso de ser morto, diz colunista

O colunista Maurício Lima, da revista Veja, afirma que o ex-ministro Gustavo Bebianno escreveu cartas para duas pessoas com medo de que lhe causem algum mal. Segundo o jornalista, Bebianno teria afirmado, ao entregar as cartas: “Se algo acontecer comigo, abram”.

Dossiê contra Bolsonaro pode acontecer

Gustavo Bebianno disse a pessoas próximas que pretende reunir documentos para fundamentar eventuais histórias que tenha que contar sobre a campanha de Jair Bolsonaro e sobre o período em que permaneceu no governo como ministro da Secretaria-Geral da Presidência – ele foi demitido na segunda-feira (18). As informações foram publicadas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

Nesta terça-feira (19), a revista Veja divulgou áudios de conversas entre o presidente e Bebianno. Até então, o ex-ministro vinha afirmando que não atacaria Bolsonaro. À colunista, afirmou que o Brasil “não merece isso”.

Saiba quem é Bebianno

Uma das figuras mais próximas de Bolsonaro durante a campanha, Gustavo Bebianno presidiu o PSL durante a eleição e atuou como um dos mais próximos conselheiros do então candidato.

Advogado, se aproximou de Bolsonaro em 2017, quando o presidente ainda era deputado. Nessa época, se ofereceu para atuar em processos judiciais de Bolsonaro de graça e, aos poucos, ganhou a confiança de Bolsonaro, a quem chama de “capitão”.

No entanto, a relação do agora ex-ministro e de Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, nunca foi amistosa. Na época da campanha, Carlos se licenciou do mandato de vereador para acompanhar o pai.

A relação dos dois piorou porque Carlos, responsável pelo sucesso das redes sociais do pai, ficou incomodado com o fato de não participar das gravações do programa eleitoral e das estratégias da campanha, o que ficou a cargo de um núcleo em torno de Bebianno.

Apesar de ter sido homem forte da campanha, Bebianno demorou a ser oficializado ministro. Assim que o pai decidiu que seu desafeto seria o titular da Secretaria-Geral, Carlos operou para esvaziar as atribuições da pasta, deixando Bebianno com uma atividade mais administrativa.

Carlos sonhava em comandar a Secretaria de Comunicação do governo, mas teve seus planos frustrados depois que o pai disse que isso configuraria nepotismo. Ele atribui a Bebianno a desistência do presidente de nomeá-lo.

Entenda a crise no governo

Bebianno é o pivô da primeira crise política do governo, gerada pela suspeita de que o PSL fez uso de candidatura “laranja” nas eleições de 2018 para desviar verbas públicas, como divulgado pela Folha de S. Paulo. A suspeita azedou de vez a relação.

Após a reportagem da Folha, Bebianno negou em entrevista ao jornal O Globo que fosse o pivô de uma crise dentro do governo e acrescentou que, somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes por mensagens de WhatsApp.

Após a publicação da entrevista, Carlos usou uma rede social para afirmar que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente. “Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: “É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista.””, escreveu.

Carlos, e depois o próprio Jair Bolsonaro, chegaram a divulgar um áudio no qual, segundo eles, o presidente diz a Bebianno que não podia falar com o então ministro.

Os áudios revelados pela revista “Veja”, porém, mostram que Bolsonaro encaminhou três mensagens de áudio para Bebianno no dia 12, mesma data em que o ex-ministro disse ter falado “três vezes” com o presidente.

Além disso, há entre os áudios outras dez mensagens trocadas entre Bebianno e o presidente nos dias seguintes.

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