Entre os fatores que contribuíram para esse elevação, que deve se manter no último trimestre, foi o plano de demissão voluntárias, que se encerra nessa quinta-feira e atingiu a adesão de mais de três mil funcionários. O banco também está revendo contratos com fornecedores.
— Entendemos que temos que melhorar a linha de despesas e vamos tomar medidas. Já no PDD, já tivemos mais de três mil adesões e podemos afirmar que as despesas trabalhistas serão menores em 2020 — afirmou o executivo.
Otimismo com a economia
Lazari também se mostrou otimista com a economia para o ano que vem. Segundo ele, a reforma da Previdência vai garantir a maior oferta de produtos e serviços financeiros para a população. A baixa taxa de juros, que está em 5% ao ano, também contribui para que mais pessoas busquem alternativas na gestão financeira dos recursos.
— É muito cedo para medir algum impacto da reforma, mas dá para ter absoluta convicção que vai ter demanda para produtos e serviços. É natural que as pessoas, em especial as mais jovens, procurem maior proteção para a aposentadoria. Isso fatalmente vai movimentar o mercado de investimentos, assim como os juros mais baixos — disse Lazari.
O executivo também vê um recuo nos spreads (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada dos clientes). O mix entre esse recuo, que deve ocorrer de forma lenta, e a ampliação da base de clientes e da oferta de produtos será determinante para a rentabilidade do banco. O retorno sobre o patrimônio do Bradesco está em 20,5% neste ano.
— A taxa de juros a gente adota de acordo com o perfil do cliente, vendo os hábitos. Nessas linhas não vemos uma redução substancial (dos spreads). Há espaço no especial, mas não é uma carteira grande. Acho que a tendência é que o spread se mantenha, mas tudo vai depender de como a economia andar — ressaltou o presidente do banco.
O spread bruto do Bradesco ficou em 10,5% no terceiro trimestre, queda de meio ponto percentual na comparação com o período de julho a setembro do ano passado. Já o líquido (em que se desconta as despesas de provisões com devedores duvidosos, que estão em queda) se manteve em 7,6%. Para Lazari, esse número não é “nenhum absurdo”.
A carteira de crédito do Bradesco chegou em setembro a R$ 578,3 bilhões, uma expansão de 10,5% em 12 meses, com destaque para o estoque para as pessoas físicas, que cresce de forma mais acentuada. Para as grandes empresas, Lazari lembrou que faltam sinais mais claros de aquecimento da economia para que elas retomem os projetos de investimentos e, dessa forma, demanda por crédito.
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