Brasil
Irmãos que cederam casa para Lula na Bahia já foram alvo em operações
Depois de um ciclo eleitoral intenso com viagens, comícios e debates em série, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o sul da Bahia para um período de descanso após a vitória nas urnas. Quem abriu para o novo presidente as portas de uma luxuosa casa na praia Ponta do Camarão, litoral sul de Porto Seguro, foram os irmãos Paulo César Carletto e Ronaldo Carletto, empresários que estão entre os nomes mais influentes na vida política e empresarial do extremo-sul do estado.
Nascidos no Espírito Santo, os irmãos possuem um império empresarial no extremo-sul da Bahia, cuja joia da coroa é a Expresso Brasileiro Transportes, empresa fundada pelo pai de ambos, Aluyr Tassizo Carletto, morto no ano passado aos 83 anos.
A atuação da família no setor de transportes começou no final dos anos 1970. A empresa foi progredindo e hoje é uma das maiores do setor de transportes da Bahia. Tem cerca de 550 funcionários e 200 ônibus que operam 55 linhas de transporte intermunicipal.
A Folha de S.Paulo apurou com líderes do PT que a casa em que Lula se hospedou entre 1º e 5 de novembro pertence a Paulo Carletto, irmão do deputado federal Ronaldo Carletto (PP-BA), cujo partido fez parte da coligação de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Procurado, o advogado do empresário, Tarso Soares, negou que o imóvel seja de Paulo, mas evitou dar detalhes de quem é a casa. Em novembro 2009, durante a primeira gestão de Jaques Wagner (PT) frente ao Governo da Bahia, Paulo Carletto foi um dos alvos da Operação Expresso, conduzida pela Polícia Civil.
A operação que apurou suspeitas de corrupção na Agerba, órgão ligado à Secretaria de Infraestrutura responsável pela regulação, concessão e fiscalização dos terminais e do transporte rodoviário e hidroviário de passageiros.
Paulo Carletto e outras seis pessoas foram presos temporariamente, mas acabaram liberados no mesmo dia, cerca de 12 horas depois, após prestarem depoimentos. A operação apurou suspeitas de fraudes na concessão de linhas a empresas de transportes intermunicipais.
Tarso Soares, um dos advogados de Paulo Carletto, disse que não tinha autorização para falar sobre o desenrolar da operação, mas destacou que a investigação foi encerrada e não teve nenhum tipo de desdobramento penal.
Entre os presos estava o ex-chefe da Agerba Antônio Lomanto Netto, que na época negou relação com o suposto esquema e, por meio de sua defesa, disse ser alvo de perseguição política. Lomanto Netto havia sido indicado para o cargo pelo MDB, na época liderado por Geddel Vieira Lima. A operação aconteceu meses depois de Geddel e Wagner romperem, e o MDB entregar os cargos que ocupava no governo baiano.
Fonte: (FOLHAPRESS)
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