Coronavírus
Nota pública sobre as medidas de combate á Pandemia
PCdoB-ILHÉUS.
O Brasil e o mundo vivem uma crise de saúde sem precedentes devido à pandemia do Covid-19. Esses efeitos são potencializados pela crise econômica, revelada pelo pibinho de 1,1% de Bolsonaro e Guedes no ano passado.
Também engloba este cenário de caos:
– a crise social aprofundada pela Emenda Constitucional 95, que congelou investimentos públicos e retirou 20 bilhões de reais do SUS;
– a reformas da Previdência e a Trabalhista, que retiraram direitos dos trabalhadores e de todo o povo;
– e a crise política causada pelos anseios autoritários de Bolsonaro que quer promover o caos para implantar uma ditadura, atuando como mensageiro da morte, ao agir todos os dias contra as recomendações técnicas necessárias para diminuir a proliferação do novo coronavírus e preservar vidas.
As ações tomadas para diminuir o sofrimento do povo e preservar empregos e empresas são insuficientes, chegam atrasadas, após muita pressão social. Enquanto para os banqueiros 1,3 trilhão de reais são disponibilizados em tempo recorde, para chegar 600 reais para o povão, é uma dificuldade. Quem tem fome, tem pressa!
O papel fundamental dos trabalhadores e trabalhadoras da área de saúde fortalece o sentimento social sobre a importância do SUS e a necessidade de estruturação dessa carreira pública estratégica para o país.
O PCdoB apresentou um plano emergencial, com as medidas que entende necessárias neste momento para preservar renda para os mais pobres, empregos e empresas. Orientou toda a militância, cada um dentro de suas condições e funções, a se envolver no combate à proliferação do vírus e promover ações de solidariedade para ajudar às pessoas que mais precisam.
Esse plano tem orientado nossa atuação em todo o país.
ILHÉUS
Em Ilhéus, apoiamos as medidas preventivas adotadas, que estabelecem regras para o distanciamento social e restrições ao funcionamento de estabelecimentos comerciais e de serviços e atividades que não sejam essenciais.
Consideramos que essas medidas tem sido fundamentais para que ainda não tenha ocorrido uma explosão de casos graves ainda maior, que pudesse colapsar o sistema de saúde e nos levar a ver as cenas que já ocorrem em alguns estados e vários países, de mortos se acumulando às centenas, todos os dias.
Destacamos o papel positivo do controle social, através do Conselho Municipal de Saúde, tanto na elaboração das medidas, quanto no esclarecimento para a população sobre a necessidade de suas aplicações, bem como quanto à fiscalização dos recursos públicos utilizados.
No entanto, registramos nossa preocupação com a ainda relativamente baixa adesão social às medidas de restrição. Em especial, as filas nos bancos, lotéricas e em alguns supermercados, causadas pela massiva busca pelos benefícios sociais emergenciais, tem se tornado polos de aglomeração de pessoas, o que aumenta o risco de contaminação.
São necessárias medidas complementares para aumentar a prevenção, tentar diminuir as dificuldades do povo e preservar empregos e empresas neste momento tão grave.
Mas isso, só será possível com o poder público municipal ampliando o diálogo com a sociedade, principalmente através de suas organizações representativas, como associações de moradores, sindicatos de trabalhadores e associações empresariais.
Temos dúvidas se o caminho adotado no último decreto, de determinar a prisão das pessoas que não utilizarem máscaras é o mais adequado, tendo em vista que muitos não tem acesso a esse equipamento de proteção individual. O ideal seria disponibilizar máscaras antes de estabelecer tal mandamento extremo.
Também é fundamental que todo o recurso disponível, como o decorrente da cessão onerosa do Pré-sal, sejam utilizados para as medidas de combate às consequências da pandemia na saúde e na economia do município.
Além disso, é necessário aumentar a pressão social e política junto aos parlamentares federais pela urgente aprovação de mais medidas de apoio financeiro aos municípios para fortalecimento do sistema de saúde e compensação da perda de arrecadação, como a que está tramitando no Congresso e garante a manutenção dos valores dos repasses dos fundos de participação dos estados e municípios.
PROPOSTAS
– Criação de um Comitê Social em Defesa da Vida, da Renda Popular, dos Empregos e das Empresas, articulado pelo poder público, com participação de representantes de trabalhadores, empregadores e movimentos sociais;
– Priorizar a vacinação contra a gripe para as pessoas acamadas e em internamento domiciliar;
– Aplicação urgente de testes nos servidores da saúde, em especial nos locais que já tenham detectado casos positivos;
– Construção, em diálogo com as representações das comunidades, de escala de horários e dias para a circulação do transporte coletivo para bairros e localidades mais distantes, com horários limitados e ampliação da frota, para possibilitar o acesso das populações mais pobres aos serviços essenciais que continuam funcionando;
– Ampliação do Programa de Aquisição de Alimentos na Agricultura Familiar;
– Criação de programa de estímulo à psicultura, hortifruticultura e criação de galinhas para pequenos produtores rurais, com 30% do primeiro ciclo de produção sendo destinado ao poder público para doação às pessoas carentes;
– Cestas de alimentos para as famílias dos estudantes das escolas municipais;
– Criação de programa de estímulo à produção de máscaras artesanais com a produção sendo adquirida pelo poder público para distribuição à população carente;
– Assistência para pessoas em situação de rua, com fornecimento de alimentação e kits de proteção individual com máscaras e luvas;
– Distribuição de kits de proteção nos bairros;
– Instalação de postos de informações nos bairros em parceria com as associações de moradores, com atendimento por hora marcada, para auxiliar as pessoas a terem acesso aos benefícios sociais;
– Intensificar a campanha de educação no município quanto ao uso correto e higienização das máscaras, combatendo a desinformação e orientando a produção de máscaras artesanais sem costura;
– Criação de anúncios publicitários para conscientizar as pessoas sobre o aumento da violência doméstica, divulgando os canais de proteção, como a Delegacia da Mulher, a Defensoria Pública e o Centro de Referência e Assistência às Mulheres;
– Criação de campanha educativa direcionada aos pais e responsáveis sobre os direitos das crianças e adolescentes;
– Suspensão do vencimento de tributos e taxas municipais para os contribuintes pessoas físicas e pessoas jurídicas que tiveram suas atividades paralisadas, durante o período da pandemia;
– Reintegração dos servidores efetivos demitidos abusivamente em janeiro de 2019.
Nesse momento tão difícil, é necessário ousadia, criatividade e muito diálogo com a sociedade civil para construir e efetivar as medidas necessárias para preservar primeiramente a vida e a saúde das pessoas, além de proteger o máximo possível de empregos e renda que serão fundamentais para fazermos a travessia dessa crise com o menor sofrimento possível.
Temos esperança que emergiremos dessa crise mais fortes, solidários, fraternos e humanos, enquanto sociedade.
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