Economia
Tradição da semana santa movimenta comércio de pescados em Ilhéus
A busca por pescados no início da Quaresma aquece o comércio nesta época do ano, em que muitas pessoas, principalmente os católicos, mudarem de hábitos no período que antecede a Páscoa. Um deles está relacionado à alimentação, quando muitos abdicam das refeições a base de carne vermelha, substituindo pelo consumo de peixe. O comportamento ainda que ligado a religião como ato de penitência, tem reflexo direto na economia, e quem costuma comemorar é o setor pesqueiro.
A Secretaria de Comunicação (Secom) foi até a feira livre do Guanabara, no centro de Ilhéus para saber da expectativa de vendas para a Quaresma desse ano. O comerciante Francisco José, de 60 anos comenta que o aumento do movimento de clientes a procura por peixes já pode ser percebido na véspera da Quarta-feira de Cinzas. Na sua banca, a variedade de peixes e mariscos é grande. “Aqui o freguês encontra peixe cavala, cavala rosa, vermelho, Guaiuba e atum”, descreve.
Aumento das vendas – A expectativa faz os feirantes reforçarem o estoque nesse período todos os anos. Os pedidos para a indústria pesqueira devem aumentar entre 30% e 40%, e serem reforçados ainda mais na Semana Santa. O consumo de peixe nesta época também costuma refletir no aumento da venda de outros frutos do mar, como marisco, lula, camarão e polvos. “Na Quaresma a procura é bem maior e na semana triplica”, completa o comerciante se referindo à procura dos clientes por peixes.
Já o Seu Antônio Carlos é um especialista em catados. Na sua banca se encontra de tudo: camarão, sururu e moapen. Mas seu carro chefe são o aratu, siri e o famoso catado de caranguejo. Com 24 anos de Guanabara, o experiente feirante afirma que “as vendas estão muito boas, se comparadas ao ano passado. A mesa dos baianos fica bastante farta com os frutos do mar”, opina.
Na mesma feira, o ponto da Dona Joseane Santos também é bastante procurado. Impossível fazer uma boa moqueca sem os ingredientes que ela vende – dendê, leite de coco, coentro, tomate, cebola, cebolinha e quiabo. Contudo, a feirante reclamou dizendo que este ano, comprou mercadoria mais cara e sua margem de lucro será muito pouco.
A dona de casa, Vanice Vieira, de 64 anos, nunca deixa as compras da semana santa para última hora. Segundo ela, antecipar as compras garante certa economia, além de evitar o desgaste das filas na hora da compra. “Estou aqui para levar outras coisas, pois o principal que é o bacalhau e o camarão eu já comprei. Vejo na data a oportunidade de reunir quase toda a família na hora do almoço. É uma grande festa ao redor da mesa”, opina.
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