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Educação (UESC)

Aula Magna: Para conferencista, a universidade é lugar de esperança

“Foi uma Aula Magna daquelas de encher o coração de esperança!”. É uma das mensagens registradas no chat do canal da Uesc no YouTube, que resume, de certa forma, o evento promovido pela Universidade Estadual de Santa Cruz, nesta segunda-feira (15).

Apesar da convidada, a professora/Dr.ª Amali de Angelis Mussi, Vice-reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs),  ter ressaltado no tema “O lugar da universidade em tempos de retrocessos e pandemia” o  difícil momento pelo qual as universidades públicas passam, a esperança conduziu a sua fala.

A solenidade foi presidida pelo Reitor da Uesc, professor Dr. Alessandro Fernandes de Santana, tendo à mesa o Vice-reitor Maurício Santana Moreau, a Pró-reitora de Graduação professora Dr.ª Rosenaide Ramos, o presidente da Adusc professor Arturo Samana, o presidente da Afusc, Rafael Bertholdo e da discente Roberta Marques, representando o DCE/Uesc, além da audiência dos diretores dos Departamentos e Colegiados de Cursos da Universidade.

O Reitor Alessandro Fernandes iniciou o evento prestando homenagem póstuma ao ex-reitor Evandro Sena Freire, falecido no último dia 12 e lembrando que no dia 16 de março de 2020, as atividades presenciais da Uesc foram suspensas. A partir dessa data, os servidores docentes e técnicos e os discentes estiveram empenhados em oferecer, à sociedade, meios para que os efeitos da pandemia, provocada pela Covid-19, fossem minimizados.

Explicou que “a Universidade se reinventa e procura dar as respostas que a sociedade exige. Isso em solidariedade às milhares de vítimas pela doença, que não são apenas números, são pessoas que deixam um legado para os seus circunstantes”.

Dirigindo-se aos calouros da Uesc, “muitos dos quais ainda não tiveram oportunidade de conhecer o campus presencialmente”. O reitor anunciou que “aproveita desse momento para realizar um processo de readequação e revitalização do campus, incluindo os prédios, de forma a poder receber a todos de forma segura e confortável”.

A professora Amali iniciou a sua fala frisando que o tema “O lugar da universidade em tempos de retrocessos e pandemia” adquire um tom não só de luta e de resistências, mas de esperança, de acolhida para as dores, o sofrimento e as perdas de milhares pessoas, aqui representadas por cada um dos presentes remotos.

Lembrou que o momento é de acolhimento aos jovens acadêmicos, que iniciam uma jornada em uma universidade pública referenciada nacional e internacionalmente e que honra o Estado da Bahia diante da proposta e dos princípios que defende incondicionalmente: autonomia, democracia, liberdade de cátedra, transparência, pluralismo humanista, responsabilidade socioambiental, equidade e solidariedade, buscando responder às demandas da sociedade contemporânea.

A conferencista salientou que “o ensino remoto hoje é usado por necessidade. É limitado e não substitui a presencialidade. Usamos, diante de um momento em que o agir remotamente se torna uma imposição da pandemia, mas não uma decisão voluntária. As nossas universidades têm, na presencialidade e no convívio, uma história de produção do conhecimento e de memórias afetivas que não se substitui abruptamente por uma forma remota”.

Para encerrar sua Aula Magna, ela citou Paulo Freire, exaltando o verbo esperançar, não como uma esperança de espera, de ilusões, mas esperança de zelo de embates e combates. “Embates e combates é o que precisamos para dar um basta nos retrocessos. Junto precisamos escolher outro caminho a seguir, enunciar possibilidades.”

Destacou o trecho do livro “Pedagogia da Esperança”: “Uma das tarefas do educador e da educadora progressista, através da análise política séria e concreta, é desvelar as possibilidades. Não importa os obstáculos para a esperança sem a qual pouco podemos fazer porque dificilmente lutamos e, quando lutamos, enquanto desesperançados ou desesperados, a nossa luta é suicida, corpo a corpo, puramente vingativo. Por isso, a nossa luta não pode ser sem esperança, a nossa luta não pode ser suicida, não pode ser corpo a corpo. Não estamos no mesmo patamar, nós temos sensibilidade poética e humana, nós temos conhecimento científico.”

“E vocês, estudantes que estão entrando para a Uesc, sintam-se honrados em poder fazer parte desse ambiente acadêmico. Vocês são membros da universidade pública, vocês estão conosco e estamos juntos na produção do ensino, da pesquisa, da extensão. Nós estamos juntos na defesa democrática do estado de direito, juntos na defesa do Brasil para que a democracia vença e permaneça”, conclamou.

“É nesse sentido, imbuída dessas convicções que entendo que a ação política da universidade, sobretudo nesse momento como instituição de pesquisa, de construção do conhecimento desenvolvido nas relações prazerosas de respeito e de reconhecimento do outro em suas diferenças humanas, culturais e sociais. Um lugar onde a esperança tem lugar”, concluiu a professora Amali de Angelis Mussi.

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