Connect with us

Educação (UESC)

UESC: Professora Flávia Alessandra apresenta conferencia em Durban, África do Sul

A professora doutora Flávia Alessandra de Souza, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Santa Cruz (DFCH/Uesc) apresentou conferência no The IIE’s Varsity College, em Durban, Africa do Sul. O Simpósio, com foco no tema “Além das Barreiras: Tecnologia, Mídia e Sociedade”, contou com 15 apresentações em três sessões, ao longo do dia 17 de maio de 2021, que culminaram com o painel de discussão intitulado “Mulheres na Academia: Mulheres Acadêmicas no Sul Global.”

A professora Flávia Alessandra, doutora em Sociologia, foi à única pesquisadora brasileira no evento, no qual representou a Uesc. Ela e a doutora Aradhana Ramnund Mansingh, de Mancosa, da África do Sul, aprofundaram uma discussão sobre suas experiências como mulheres em seus respectivos países. Moderadas pela doutora Quraisha Dawood, as conferencistas do painel destacaram muitos paralelos entre a África do Sul e o Brasil, incluindo a dinâmica de poder enraizada na academia que, tradicionalmente, se assenta em redes de homens brancos que frequentemente orientam estudantes de destaque de mestrado e de doutorado e deixam as mulheres supervisionando grupos com potencial limitado para produzir pesquisas. Devido às desigualdades nos países do sul global, esses ciclos de poder são constantemente reproduzidos.

No entanto, como destacou a professora Flávia Alessandra, “é dentro dessa mesma academia que as mulheres podem usar os recursos para aumentar sua produção de pesquisa e sua mobilidade social geral”. A doutora Mansingh continuou a discussão mencionando sua pesquisa da síndrome da “abelha rainha”, argumentando que “as mulheres carregam um fardo injusto na academia por sobrecarga de papéis, devido ao trabalho doméstico e porque são as principais prestadoras de cuidados para as crianças. Mas nos unindo e nos apoiando mutuamente nós conseguimos reivindicar nosso poder na academia”.

As conferencistas levaram convidadas e convidados a olharem para a interseccionalidade e a pesquisa feminista de intelectuais, tais como Kimberlé Crenshaw, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Luiza Bairros, afirmando que a experiência de acadêmicas e, especialmente de acadêmicas negras (mesmo em países do norte rico, poque a disparidade salarial de gênero também opera lá), é muito diferente da de homens. Por exemplo, a pesquisa mostrou que houve um declínio nas submissões de artigos de revistas acadêmicas de autoria feminina devido à Covid 19 e à carga de trabalho doméstico e educação em casa que as mulheres estão suportando, enquanto muitos homens em geral não oferecem apoio. No entanto, uma abordagem interseccional prática e comprometida poderia aumentar parcerias entre mulheres, e entre mulheres e homens, em favor da igualdade de acesso e do alcance de direitos para mulheres na academia.

A professora doutora Flávia Alessandra, a doutora Aradhana e a doutora Quraisha são sociólogas e integram uma rede internacional de pesquisa em Sociologia Clínica, a qual é liderada pela professora doutora Mariam Seedat Khan, também socióloga, da Universidade de Kwazulu-Natal, África do Sul.

Arquivos

Click to comment

Envie seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *