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Vitória é goleado pelo Itabuna em reencontro com a torcida no Barradão

Uma história familiar para os torcedores do Vitória: uma partida que parecia tranquila, com domínio da equipe no primeiro tempo, com posse de bola e chances de gol, e se tornou uma derrota vergonhosa. O Leão perdeu por 4 a 1 para o Itabuna dentro de casa, ontem, no Barradão, pela segunda rodada do Campeonato Baiano, gerando imensa frustração de milhares de torcedores, incluindo os oito mil que foram ao estádio.

 

Os gols da partida foram marcados por Joadson Bola, Flávio e Cesinha, duas vezes, para o Itabuna, e Vicente, para o Vitória.

O resultado tem diversos significados. Demonstra a fragilidade e diversas limitações da atual equipe do Leão, que vai encarar grandes desafios pela frente, como a Copa do Nordeste e a Série B do Campeonato Brasileiro, representa o fim da invencibilidade de quase sete meses no Barradão e o gatilho dos traumas e frustrações, com desclassificações e rebaixamento nos últimos anos, que retornam à superfície.

Com a goleada, a esperança crescente de um novo momento, de uma mudança de rota, após anos  bastante complicados, é parcialmente interrompida. O que aconteceu no Barradão foi, mais do que uma derrota dentro de casa, a expressão de que o time não saiu completamente da situação humilhante em que foi submetido nos últimos anos.

Há méritos importantes do Itabuna que merecem destaque. A equipe chegou com uma estratégia bem definida de segurar o ímpeto ofensivo do Vitória no primeiro tempo e pressionar no segundo para tentar fazer o gol. Conseguiu o que ninguém esperava, fazer quatro e golear o Vitória. Um resultado histórico muito comemorado, devidamente, pelos jogadores, comissão técnica e torcedores do Dragão do Sul, que retornou à primeira divisão do Campeonato Baiano depois de dez anos e até aqui têm 100% de aproveitamento na competição.

No início do jogo, a impressão era que o Vitória iria fazer valer o favoritismo da tradição, o mando de campo, a presença da torcida. Pressionou a equipe adversária, teve chances, tentou marcar de todos os jeitos e passou perto de abrir o placar: chutou bola na trave, perdeu oportunidade de frente para o gol, fez o goleiro Thiago Passos fazer grandes defesas, teve lances perigosos de cruzamento. A equipe visitante, por outro lado, praticamente não assustou o goleiro Dalton.

Os chutes de média e longa distância, sobretudo, foram explorados pelo Vitória. Aos 5 minutos de jogo, o atacante Rafinha carimbou o travessão com um chute forte. Logo depois, Ruan Nascimento recebeu a bola no lado esquerdo do campo, ficou frente a frente com o goleiro Thiago e chutou fraco, facilitando a defesa.

Aos 35 minutos, o meia Diego Torres chutou forte de fora da área e Thiago Passos fez, mais uma fez, uma grande defesa. Novamente de fora da área, Gegê tentou chute colocado, no ângulo, e o arqueiro do Dragão foi buscar, aos 38 minutos. E ainda teve mais uma chance de chute, com Rafinha, depois de um erro na saída de bola do Itabuna. O jogador, que teve boa atuação no primeiro tempo, chutou forte, com perigo, mas por cima do gol.

Volta arrasadora

No segundo tempo, o Vitória retornou ao campo dormindo, enquanto o Itabuna voltou arrasador.  A equipe visitante foi muito superior e praticamente não deixou o Vitória jogar. Em 1 minuto, abriu o placar com o volante Joadson Bola, que entrou no segundo tempo no lugar de Deivinho. O jogador recebeu passe e chutou forte de longe, no canto direito, para balançar a rede.

Aos 3 minutos, uma nova chance, com Cesinha, que dominou sozinho na pequena área e tocou para fora, perdendo um gol inacreditável, de frente para o goleiro Dalton. O Dragão, com o placar favorável, não recuou. Estava querendo ampliar e não demorou para conseguir. Flávio fez boa jogada pela esquerda e chutou a bola, que desviou no zagueiro João Victor e entrou.

Daí em diante tanto a torcida quanto os jogadores ficaram sem acreditar no que estava acontecendo. O Itabuna queria mais e o Vitória não apresentava capacidade de reação. A única chance foi um chute colocado de Osvaldo da entrada da área, aos 18 minutos, que passou muito perto da trave.

Desde o primeiro tempo, o Leão explorava os chutes de média e longa distância, mas não estava funcionando. No intervalo, o técnico tirou Tréllez, principal referência da equipe dentro da área, e colocou Osvaldo. Além disso, colocou Rodrigo Andrade no lugar de Léo Gomes. Com essas substituições, a transição e os espaços no ataque diminuíram ainda mais para o Rubro-Negro.

Quando o Itabuna fez o terceiro, com Cesinha, de cabeça, sem marcação, após cobrança de escanteio, aos 36 minutos, parte da torcida perdeu a esperança e começou a ir embora. O Vitória até diminuiu Vicente, um gol de honra, em chute forte após assistência de Osvaldo.

O Itabuna ampliou, nos acréscimos, mais uma vez com Cesinha, em outro apagão da zaga Rubro-Negra. O jogador conseguiu ganhar um lance pelo alto com João Victor, fazer um drible em Marco Antônio e deslocar o goleiro Dalton. Um belo gol para selar o grande triunfo do Dragão do Sul, histórico, no retorno da equipe para a primeira divisão. Consolidando a goleado, também expõe a urgência de uma mudança de postura no Vitória, que precisa buscar mais entrosamento, possibilidades táticas e novos reforços, para conseguir competir à altura das disputas que irá enfrentar este ano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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