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Ilhéus

Artigo : Marão e a politização da Pandemia

Vladimir Hughes é economista formado pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Pós Graduando em Gestão Pública.

Em tempos de pandemia se espera que as autoridades sejam diligentes em relação as medidas adotadas para enfrentar a doença. Milhares de vidas estão sendo ceifadas por conta do Covid – 19.
O prefeito de Itabuna Fernando Gomes, em entrevista a uma emissora de televisão, colocou dúvidas sobre os números da Prefeitura de Ilhéus em relação à Covid. Disse o prefeito – aqui em Itabuna não quero mentira. Alertou para a impossibilidade de com pouco mais de 500 casos de doentes em Ilhéus já tem 37 óbitos, enquanto Itabuna tem 39 óbitos para 1000 casos notificados.
Pelo que se depreende das afirmações de Gomes, há manipulação na divulgação do número de infectados em Ilhéus. A denúncia é grave e merece ser apurada. No entanto, não causa supresa a politização da pandemia pelo prefeito de Ilhéus.
Como se não bastasse a demora em agir para evitar a propagação do vírus, Marão tem adotado medidas desconectadas com a  realidade e contrárias às determinações das autoridades de Saúde do Estado. A falta de responsabilidade do prefeito, que tem produzido decretos e atitudes claramente interessadas em ganho eleitoral , vem causando transtornos e perigo para a sociedade ilheense.
Vejamos alguns casos:
Sem nenhum planejamento, autorizou fechar a Central de Abastecimento para um dia depois voltar atrás, prejudicando milhares de feirantes. O Secretário de Saúde do Estado, Fábio Villas Boas, afirmou ter notificado a Prefeitura para tomar as providências no prazo de 30 dias. E nada foi feito para organizar a feira.
Não obstante o bate cabeça do seu governo, assinou um decreto – dizem que por pressão de alguns pastores aliados – autorizando reabrir os templos das Igrejas. A medida foi prontamente rejeitada pelo bispo diocesano e por vários líderes evangélicos responsáveis, que vieram a público declarar que não identificaram as condições para abrir os templos.  Naquele momento a decisão mais acertada era preservar as vidas, afirmou um pastor.
Por último- por enquanto- assinou decreto reabrindo o comércio. Nesta quarta-feira, as principais ruas de Ilhéus estavam superlotada de pessoas, muitas sem mesmo usar a máscara.
Têm-se notícia que o Ministério Público está questionando esse decreto na Justiça, por considerar ser inapropriado para o momento.
Enquanto isso, as notificações e óbitos continuam aumentando em Ilhéus.
A experiência de outras cidades e países indicam que medidas mal avaliadas causam mais sofrimento a população. Se o comércio abre antes do tempo e os índices da doença aumentarem, certamente voltará a fechar com mais prejuízo e sofrimento para todos.
Responsabilidade e verdade é o que se espera de um líder comprometido com o seu povo. Não é  ético, por interesses mesquinhos, colocar em risco  a vida dos Ilheenses.
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