Ilhéus
Olivença: indígenas têm nomes de etnia Tupinambá inclusos em registro civil
Os indígenas Taynã Andrade Tupinambá, 59 anos, e Xawã Tupinambá, 42 anos, conseguiram novas certidões de nascimento reconhecendo a etnia Tupinambá. Após dez anos de tentativas na Justiça, com a contratação de advogados e percorrerendo muitas comarcas, a conquista se deu com a atuação da Defensoria Pública da Bahia (DP-BA).
O nome Taynã significa “os primeiros raios de Guaraci (sol)” ou “estrela da manhã” e Xawã, “arara vermelha”. A aldeia de origem dos indígenas e a de seus pais também poderá constar, juntamente com o município de nascimento, no espaço destinado às informações referentes à naturalidade.
O casal de indígenas deixou no passado os antigos registros: Faustiraci Andrade dos Santos e Rômulo Santos Pinheiro. “Eu já estava passando até por um acompanhamento psicológico, isso estava me causando muitas dores. Mas foi através do atendimento da Defensoria Pública, dessa compreensão do quanto era importante para mim e para meu companheiro, que nós pudemos ter o nosso direito garantido. Ter esse nome étnico, Taynã e Xawã Tupinambá, é um resgate à memória dos nossos ancestrais. É um resgate de várias nações que são esquecidas, massacradas por preconceitos, discriminações e etnocídios. São muitas histórias que se misturam e muitas emoções que vêm à tona”, disse Taynã Tupinambá.
Ela e o marido têm um reconhecido trabalho na defesa da história e cultura indígena do povo Tupinambá de Olivença, na região Sul da Bahia, e já participaram de diversos eventos culturais e artísticos.
As ações foram propostas pelo defensor público Leonardo Couto Salles, em 2019, após os assistidos serem encaminhados pelo Centro de Referência de Assistência Social de Olivença à Defensoria Pública. Depois, foram acompanhados na 3ª Vara Cível e de Registros Públicos da Comarca de Ilhéus.
Informações: Atarde
Envie seu comentário