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Defesa de Najila cobra isonomia e cita apoio de filho de Bolsonaro a Neymar .


Na peça em que se manifestou, o defensor de Najila citou que o MP afirma que a rejeição das denúncias contra Najila tirou do jogador o direito de ser ouvido sobre a suposta extorsão e a “imputação de um crime falso”. Ainda de acordo com o MP, a acusação feita por Najila teve “amplas consequências que culminaram na exposição do fato a nível mundial”. O advogado da modelo argumenta que, ao pedir o arquivamento do inquérito relativo ao suposto estupro, o Ministério Público não teve a “mesma visão e entendimento isonômico”. Isso porque naquele caso a promotoria não considerou que estava sendo tirado de Najila o direito de ser ouvida num eventual processo sobre a acusação feita ao o atleta.
Aqui a família Bolsonaro entra na história. “Será que é porque naquele inquérito o acusado é milionário e famoso ‘a nível mundial’? Será que tal posição do recorrente (MP) é porque o acusado Neymar, após os fatos em Paris, teve o privilégio de posar com o presidente da República, com o comentário na mídia de um dos filhos deste que disse que queria a condenação da recorrida (Najila)? Queremos crer que não, considerando que, no entender da recorrida, o Ministério Público ainda é uma das instituições mais respeitadas do país”.
Bolsonaro e Neymar se encontraram no Mineirão, na partida entre Brasil e Argentina pelas semifinais da última Copa América. Fora da competição por conta de lesão, o jogador já se defendia da acusação de estupro, que sempre negou. O momento foi registrado pelo presidente com foto em rede social. Por sua vez, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu o atleta publicamente e pediu a condenação da modelo.
Seguindo a narrativa de que o caso se trata do duelo entre os lados forte e fraco, Santos descreveu Najila na figura de uma “jovem, como tantas outras que são levadas para outros países, tratadas como objetos sexuais e, que até agora, a lei do minuto seguinte tem se tornado para a mesma uma eternidade de sofrimento, que vai de depressão a pensar na prática de suicídio”.
Neymar imaturo?.
Em outro trecho das contrarrazões, o defensor da modelo coloca mais suspeitas sobre o Ministério Público e aproveita para atacar o jogador. “Presume-se que o objetivo (do MP) pode ser blindar um jovem ainda despreparado para a vida. Em que pese ser indiscutivelmente um grande jogador, existem contra este várias denúncias, que vão de mau pagador, agressor, ameaçador, dentre outras atitudes nefastas e recrimináveis, mas que, infelizmente, não é punido”, detonou Santos. Procurada pelo blog, a assessoria de imprensa de Neymar disse que não comentaria o assunto.
Para reforçar a tese de que o MP passa do ponto nas acusações contra sua cliente, o defensor tirou da cartola até Mauro Naves, repórter demitido pela Globo após seu nome aparecer no caso. Ele passou o telefone de Neymar pai para o primeiro advogado de Najila, José Egard Bueno. “Por outro lado, pelo visto, como quer o recorrente, só faltou colocar na sua denúncia que o jornalista Mauro Naves perdeu seu emprego na Rede Globo de Televisão por causa da recorrida”, escreveu o advogado.
Najila contraditória? Ao rejeitar a denúncia contra Najila, a juíza responsável pelo caso alegou, entre outros motivos, ausência de justa causa. No recurso interposto, a promotora afirma que a decisão “não está baseada em argumentos sólidos e concretos”.
Especificamente sobre a denúncia por denunciação caluniosa, a juíza entendeu que não foi comprovada a inexistência do crime de estupro, lembrando que o inquérito pode ser reaberto caso novas provas sejam apresentadas. No recurso, entre outros argumentos, a promotora diz que “diversos elementos de prova foram colhidos durante a investigação criminal, notadamente, pelos três depoimentos prestados pela denunciada Najila”, “em que se visualiza que ela apresentou três versões diferentes e contraditórias, das quais se denota evidente o seu dolo de imputar um crime que não aconteceu”.

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