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Para Emmanuel Mirdad, conexão com desejo do público explica sucesso da 7ª FLI

_Festa Literária de Ilhéus atrai mais de 20 mil visitantes ao Centro de Convenções_

 

Com 25 anos no mundo da cultura e 15 deles dedicados às feiras literárias, o jornalista e escritor Emmanuel Mirdad conhece os atalhos do ramo. A lei geral, afirma, é captar e satisfazer o desejo da audiência. “A curadoria tem que ser sempre pensada para o público. Esse é o critério número um”, acrescenta o coordenador da curadoria da 7ª Festa Literária de Ilhéus, que atraiu mais de 20 mil visitantes ao Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães de 13 a 15 de novembro.

Num evento dessa dimensão, segundo Mirdad, as predileções pessoais ou acadêmicas do curador devem ser ignoradas. “O curador se anula em relação ao que ele gosta de ler, das relações pessoais, dos amigos, tem que esquecer tudo isso”.

O foco deve ser a conexão com os anseios dos públicos distintos que circulam nos eventos. “A curadoria é um grande mosaico de tendências, temas, idades, gêneros, raças”, diz o criador da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), a mais tradicional do Nordeste/Norte.

Para sintonizar na frequência dos leitores, Emmanuel Mirdad fica atento às redes sociais, às premiações literárias e aos números do mercado editorial. “Você fica sempre de olho nos autores do momento, os grandes nomes já consolidados e os autores locais”.

*CURADORIA DA 7ª FLI*

Na 7ª Festa Literária de Ilhéus, Mirdad coordenou um time qualificado, formado pelas professoras Camila Gusmão (Juventues FLI), Dinalva Melo e Rita Argollo (Espaço Jorge Amado), pela antropóloga Bárbara Fálcon (Flizinha) e pelo dramaturgo e gestor cultural Romualdo Lisboa (Artes). Já o presidente da Academia de Letras de Ilhéus, Pawlo Cidade, organizou o lançamento coletivo dos 20 autores selecionados por meio do edital da FLI.

A jornalista Vanessa Dantas, coordenadora geral da 7ª FLI, afirma que o time da Sarça Comunicação se somou ao legado construído ao longo das seis edições anteriores do evento, que tiveram produção da Universidade Estadual de Santa Cruz, por meio da Editus, e da Academia de Letras de Ilhéus. “Nós chegamos para somar e fortalecer a Festa”, avalia a especialista em Gestão da Comunicação e Gerenciamento de Projetos.

*ACESSIBILIDADE*

A onipresença da Língua Brasileira de Sinais (Libras), a autodescrição e os espaços adaptados para pessoas com limitações motoras foram marcas da acessibilidade na Festa Literária de Ilhéus.

Um dos momentos marcantes da FLI foi a intervenção da jovem Mariana, de Itabuna, que é surda e se comunicou com o escritor moçambicano Mia Couto com a ajuda de uma das tradutoras de Libras do evento, na mesa de encerramento do Espaço Jorge Amado, na última sexta-feira (15).

Ela pediu que o autor comentasse a situação das pessoas surdas nas escolas de Moçambique, se elas têm recursos de acessibilidade. “Existem escolas especiais para surdos e mudos, numa escala que pode haver num país como é nosso”, respondeu o membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.

*GRANDES ATRAÇÕES*

Além de Mia Couto, a 7ª FLI recebeu outros autores de destaque, a exemplo de Ailton Krenak, Emília Nuñez, Francisco Bosco, Ana Suy, Trudruá Dorrico, Deco Lipe, Clara Alves, Ian Fraser, André Vianco e Alexandre Coimbra.

Já a programação artística contemplou diversas linguagens, manifestações populares e gêneros musicais para todos os gostos. O show de encerramento da FLI foi comandado pelo cantor Silvanno Salles.

*SUSTENTABILIDADE*

A FLI destinou boa parte do material reciclável usado no evento ao Projeto Casa Alegria, da zona rural de Serra Grande, distrito de Uruçuca, cidade vizinha de Ilhéus. Coordenada por Helena Lozano, a iniciativa reúne mulheres que trabalham no reaproveitamento de banners, retalhos de tecido, lonas e outros materiais para a confecção de produtos como toalhas de mesa, panos de prato, bolsas, sacolas e jogo americano.

A 7ª Edição da FLI – Festa Literária de Ilhéus é uma realização da Sarça Comunicação, tem a LDM como editora Oficial do evento, parceria com a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e conta com o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), do Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Turismo.

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