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Vigilante faz três turnos para competir nas ruas
Na multidão de 600 atletas amadores que vão disputar a 6ª Corrida Rústica da FTC, neste domingo, 2, às 7h, só os amigos mais chegados vão identificar com clareza a passagem do vigilante guerreiro Aderlânio Santos Silva, de 30 anos. Ele usa as corridas como terapia para a intensa semana se atividades em que alterna diariamente entre o metrô ero ônibus e destes para os dois locais de trabalho que tem.
“Minha rotina é esta: acordo as cinco horas da manhã para fazer meu treinamento, começando as 6 horas e terminando às oito. Depois volto para casa para a refeição da manhã, recolho a minha marmita do almoço já pronto para trabalhar e às 10h25 pego o ônibus para ir ao trabalho de vigilante bancário”, narra Aderlânio.
Ele deveria trabalhar das 11 às 16h, mas o patrão o libera uma hora antes como reconhecimento pelos bons serviços prestados, segundo explicou o vigilante. Da agência bancária, ele emenda o serviço com a função de segurança em um condomínio de luxo de Salvador. “Me desloco para a estação de metrô, para seguir em direção ao norte da cidade, onde vou tirar serviço por outra empresa de segurança,na Estrada do Coco”, pontua o vigilante.
Ele assume o posto às 19h e passa o serviço no dia seguinte, às 7h. Como trabalha dia sim, dia não, devido ao turno de trabalho obedecer aos intervalos regulamentareis, ele usa essas folgas para descanso e treinamento. “Quando ocorre de o plantão de sábado para domingo acabar no horário de largada da corrida, ele negocia com um colega para chegar mais cedo”, explicou Antônio Fraga, dono da equipe VBS Run, na qual Aderlânio corre.
“Ele vai sair de lá no domingo, às cinco horas da manhã. Já entregamos para ele R$ 50 do Uber, para ele não se atrasar para a largada da corrida, que será às sete”, completou Fraga, que entre os componentes da equipe reúne integrantes com menor poder aquisitivo para integrá-los em um projeto social.
Aderlânio é um desses atletas inseridos no contexto social da equipe. Ele diz que o intervalo de trabalho e folgas que poderia usar para dormir prefere treinar, pelo prazer de se realizar nas corridas de rua. “Em dias alternados, à tarde, vou para a academia fazer reforço muscular. Chego em casa às 18 horas e durmo antes das 22, para na manhã seguinte recomeçar rotina de treino e trabalho”, afirmou Aderlânio Silva.
O vigilante acrescentou ainda que, nos finais de semanas em a que a agência bancária não abre, ele aproveita o tempo para dedicar-se à família, especialmente ao filho Arthur.
Hegemonia
Com a participação de Aderlânio Silva e dis vários outros integrantes, a equipe VBS Run conquistou todas as seis edições da prova e corre novamente este ano como favorita no Parque de Pituaçu. Promovida pelo Curso de Educação Física da Faculdade de Tecnologia e Ciência de Salvador, o evento de 8 km tem o permit e apoio da Federação Baiana de Atletismo (FBA).
Os organizadores premiam com troféus e medalhas os classificados na competição geral, categorias individuais e por equipe. Entre os 600 inscritos na edição de 2019 estão atletas profissionais e amadores.
Coordenada pelo maratonista Antônio Fraga, a equipe VBS Run mantém a hegemonia em todas as edições da prova, formando o grupo com corredores de diversas assessorias e academias. Entre elas, a R1 Sports Club, Authentic Run, Vidativa Triclub e Viver Bem.
Um dos principais objetivos da da prova é incentivar a prática de exercícios físicos, propor a integração da sociedade, além de contribuir com o enriquecimento acadêmico dos envolvidos e angariar donativos em benefícios de pessoas em situação de vulnerabilidade que servem ao parque.
Os 8 km de percurso são todos feitos nas dependências do Parque de Pituaçu, como oportunidade para valorizar o aprendizado dos estudantes, estimular o lazer e a saúde, através de um trabalho interdisciplinar.
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