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Política

“Malhado dos Doces é um batalhador que ama Ilhéus”, afirma Valderico Junior

vendedor ambulante Malhado dos Doces enfrenta dois dramas ao mesmo tempo. Primeiro, a reforma do IME o impediu de ter acesso aos estudantes que antes cercavam seu tabuleiro. Depois veio a crise do coronavírus. O segundo baque na sua única fonte de renda, agora totalmente suspensa, o fez necessitar do auxílio do governo federal.

“A paz do senhor, irmão!”, saudou Ednilson Luz Santos, quando nos atendeu ao telefone, na manhã desta quarta-feira, 22, para contar um pouco da sua história. O vendedor ambulante é conhecido como “Malhado dos Doces”, por causa do tabuleiro que levou durante quarenta anos para o Instituto Municipal de Ensino Eusínio Lavigne (IME), em Ilhéus.

O presidente do DEM-Ilhéus, Valderico Junior, está muito feliz com o apoio do trabalhador. “Conheço Malhado dos Doces desde a minha adolescência. É um batalhador que ama Ilhéus. Eu ia muito ao ginásio de esportes perto do IME. Ele sempre estava lá. Agora estamos juntos para fazer uma nova história”, declarou Junior.

A atual gestão da prefeitura fechou o IME para reforma no ano passado. A previsão é de que as obras sejam concluídas apenas em agosto. Perguntamos qual foi o tamanho do impacto do fechamento temporário da escola para Malhado dos Doces. Respondeu com a interjeição de espanto mais característica do baiano, “oxe!”, provavelmente para deixar clara a obviedade da resposta que daria em seguir.

“Vendo bombom, água, refrigerante, lápis, caneta e outras coisas para os estudantes”, conta. Enquanto o IME ainda funcionava, entrava na escola durante os intervalos das aulas. Isso lhe garantia boas vendas, que diminuíram muito depois da transferência dos alunos para um espaço provisório. Como o lugar é privado, o ambulante não conseguiu acesso. Só vende “na entrada e na saída dos alunos”. “São muitos anos”, tentou continuar a explicação, mas o impulso do choro o interrompeu.

Tudo isso aconteceu antes de Ednilson suspender seu trabalho, em respeito às regras de distanciamento social contra a pandemia do novo coronavírus. Lembramos que o Malhado, bairro onde mora desde criança, enfrenta uma situação delicada. “Posso falar por mim. Estou fazendo minha parte. Tenho 58 anos. Parei o trabalho e só saio de casa para comprar o básico”, comentou. Ele recebeu a primeira parcela do auxílio de 600 reais do governo federal. “Já deu um alívio”.

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