Terceiro vereador mais votado no Rio, Gabriel Monteiro coleciona polêmicas e punições na PM

Muita gente não o conhecia até sair o resultado das eleições para vereador no Rio de Janeiro neste domingo (15/11), e o nome dele estava lá, na terceira colocação, com 60.326 votos (ficando atrás somente do campeão Tarcísio Motta, do PSOL (86 237) e de Carlos Bolsonaro, do Republicanos (70 995). Gabriel Monteiro (PSD) é um Policial Militar e Youtuber bolsonarista de 26 anos que ganhou fama na internet apelando para vídeos cheios de polêmicas e empilhando punições na PM.

É fato que muitos eleitores não faziam ideia de quem era Gabriel Monteiro, porém, nas redes sociais, o policial é bastante popular, só em seu canal no Youtube são mais de dois milhões de seguidores. Por lá, ele produz vídeos onde defende com unhas e dentes o trabalho da polícia, diz que vai “matar vagabundos“, que a “esquerda vai chorar“, entre outros clichês.

Em menos de quatro anos na PM do Rio, o policial militar já se envolveu em várias polêmicas, recebendo inúmeras punições.

Ele fez o curso de formação de soldados no final de 2015, e ali já recebeu advertências por se recusar a participar de um treinamento físico e faltar à formatura.

Além disso, o Youtuber já foi penalizado por porte de arma fora do serviço, faltas injustificadas a dias de trabalho e quebra de hierarquia. Todas negadas por ele em suas redes.

Em agosto, ele foi expulso da Polícia Militar por deserção após passar mais de oito dias sem aparecer ao trabalho, o que quase o tornou inelegível, mas depois foi reincorporado.

Em março, ele teve porte de arma suspenso por desrespeitar o ex-comandante-geral da corporação coronel Íbis Silva Pereira.

De acordo com o boletim interno da Polícia Militar, o hoje vereador se passou por um estudante para “simular uma entrevista” com o coronel, e deu a entender que Íbis teria envolvimento com traficantes. O ex-comandante classificou a atitude do soldado como uma transgressão “para fins de projeção pessoal” e o criticou por fazer uma acusação grave sem ter provas. Nesta eleição, Íbis era o vice na chapa da candidata à prefeitura Renata Souza, do PSOL.