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Saúde

Clínica oferece exames gratuitos para pessoas com gordura no fígado como parte de Projeto de Pesquisa

Estudo pretende validar nova técnica de quantificação de esteatose hepática

Um Projeto de Pesquisa desenvolvido pela Clínica Matteoni, em Salvador, está oferecendo 30 vagas para pacientes com diagnóstico de doença gordurosa do fígado associada a síndromes metabólicas. O estudo tem como objetivo validar uma nova técnica de quantificação de gordura hepática, a Ultrasound Fat Fraction (USFF), com o uso de ultrassonografia e inteligência artificial. Os exames – incluindo ultrassom, ressonância magnética e elastografia – serão gratuitos para os participantes que atenderem os critérios: ter pedido médico e não ter histórico de alcoolismo ou de hepatite dos tipos B, C ou autoimune. Também é necessário apresentar resultados de exames laboratoriais realizados nos últimos seis meses: bilirrubina total, albumina, tempo de protrombina, plaquetas, fosfatase alcalina, creatinina, ALT, AST e GGT.

Segundo o radiologista Antonio Carlos Matteoni, vice-presidente da Federação Internacional de Ultrassom em Medicina e Biologia, o método USFF é uma alternativa inovadora para calcular o percentual de gordura hepática de forma acessível. “A ressonância magnética, apesar de precisa, tem um custo elevado. Já a biópsia hepática pode ser invasiva e apresentar complicações. Com o USFF, podemos fornecer aos pacientes um percentual de gordura, essencial para monitorar a evolução do tratamento e manter o estímulo às mudanças de estilo de vida”, explica o especialista.

A pesquisa conta também com a radiologista Luciana Matteoni, especialista em Radiologia Abdominal. Ela destaca que a validação do método se dará ao compará-lo com o padrão ouro atual, a técnica de Proton Density Fat Fraction (PDFF), utilizada em ressonância magnética. “Ao demonstrar a eficácia do USFF, buscamos democratizar o acesso ao diagnóstico, especialmente no acompanhamento de pacientes que precisam revisar periodicamente seus índices de gordura hepática”, afirma.

Sobre a doença – De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% da população brasileira apresenta algum grau de gordura no fígado ou esteatose hepática, doença mais prevalente em pessoas com sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2. Quando não tratado, o problema, associado ao risco de varizes esofágicas e insuficiência hepática, pode progredir para doenças mais graves, como a doença parenquimatosa crônica hepática, esteato-hepatite, fibrose e até cirrose, que comprometem seriamente a saúde do fígado. Cerca de 20% dos pacientes com esteatose hepática evoluem para um desses problemas mais graves.

As principais causas da doença estão associadas a hábitos de vida e condições metabólicas, incluindo alimentação rica em gorduras e açúcares, sedentarismo e consumo excessivo de álcool. Além disso, fatores de risco como hipertensão, colesterol alto e resistência à insulina aumentam as chances de desenvolver a condição. Embora a esteatose em si seja frequentemente assintomática, em estágios avançados os pacientes podem apresentar fadiga, dor abdominal e, em casos graves, sinais de insuficiência hepática.

O tratamento para esteatose hepática envolve principalmente mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos, visando à perda de peso e controle dos fatores de risco. Em alguns casos, medicamentos podem ser indicados para controlar as condições associadas, como diabetes e colesterol alto. A detecção precoce, por meio de exames de imagem e laboratoriais, é essencial para evitar o avanço da doença e proteger a saúde hepática a longo prazo.

De acordo com Antonio Carlos Matteoni, além da gordura no fígado, muitos pacientes também apresentam fibrose hepática, uma condição que pode coexistir ou até mesmo substituir a esteatose em casos avançados. “O grau da esteatose (quantidade de gordura) não determina, necessariamente, a gravidade da doença hepática. É possível que um paciente com esteatose grau 1 tenha uma condição hepática mais grave do que outro com grau 3. Por isso, além de avaliar a gordura, é fundamental verificar se a fibrose está presente e em que estágio se encontra, pois, em casos avançados, a fibrose pode evoluir ao ponto de substituir a gordura, complicando o quadro clínico”, esclarece o médico radiologista. Mais informações sobre as vagas do Projeto de Pesquisa podem ser solicitadas através do e-mail administraç[email protected] ou do telefone (71) 9 9984-6410 (Sra. Rose Silva).

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