Saúde
Hospital Regional Costa do Cacau realiza primeira captação de múltiplos órgãos de 2023
Dados do Relatório Brasileiro de Transplantes de 2022 mostram que o país ainda registra taxas menores de doação de órgãos atualmente do que o período pré-pandemia da Covid-19. A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), entidade responsável pelo documento, revelou para o Jornal Folha de São Paulo que quase metade dos procedimentos para cinco órgãos deixaram de acontecer durante o ano passado.
Em 2019, havia 18,1 doadores efetivos por milhão de pessoas. Com a pandemia, a taxa caiu para 15,8 em 2020 e 15,1 em 2021. “Mesmo com a retomada da normalidade no ano passado, a taxa subiu para 16,5. Uma das explicações pode estar na resistência de familiares em autorizar a doação. A taxa de recusa foi de 47% em 2022, a maior dos últimos dez anos”, revelou trecho da reportagem da Folha.
A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, tem um grande desafio diante da sensibilização das famílias para o ato generoso que salva vidas, assegura Naama Ramos e Silva, enfermeira do referido setor. “Na última terça-feira, dia 14, a unidade hospitalar realizou a primeira captação de múltiplos órgãos de 2023”, informou.
“Sabemos que foi um momento doloroso para a família e, por isso, queremos enfatizar o quão significativo foi o ‘sim’ deles, um verdadeiro ato de nobreza e de amor ao próximo. Mesmo no momento de luto, os familiares colaboraram no processo de doação de órgãos, o que só aumenta a nossa gratidão por saber que esse gesto vai permitir o recomeço a quem aguarda na fila de espera por transplante”, declarou.
A enfermeira enfatizou que o procedimento só foi possível devido ao trabalho realizado pela equipe multidisciplinar do hospital, sempre comprometida com a causa da doação de órgãos. “O envolvimento de todos os setores do HRCC, desde o acolhimento à família, em seu estado de luto, até a conclusão dos procedimentos de captação, torna possível garantir a chance de recomeço ao paciente que aguarda o transplante. Essa ajuda mútua entre todos é fundamental para que esse trabalho em prol da doação continue salvando vidas”, destacou.
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