Segurança
Brasil ou Venezuela: quem tem o Exército mais poderoso?
Nicolás Maduro acalorou o clima de tensão política ao fechar a fronteira da Venezuela com o Brasil na última quinta-feira, 21. A medida foi uma reação ao anúncio do governo brasileiro de se aliar aos Estados Unidos no envio de ajuda internacional.
Tradicionalmente, o Brasil é reconhecido por sua postura diplomática de boa vizinhança. O País, que tem pouca vivência de situações de guerra, já participou de mais de 50 missões de paz, sempre com a presença da Organização das Nações Unidas (ONU).
No entanto, as configurações da última semana levaram a população a questionar sobre um possível combate armado entre os países. Enquanto alguns pedem para que o exército invada a Venezuela, outros defendem que seria uma derrota seria vergonhosa para o Brasil.
Em 2016, o Brasil tinha cerca de 350 mil combatentes, divididos entre o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a Força Naval, de acordo com o Military Balance, um atlas publicado pelo think tank britânico International Institute for Strategic Studies. O regime de Maduro tinha, no mesmo ano, 207 mil soldados.
Isso quer dizer que, em uma comparação puramente numérica, as Forças Armadas brasileiras possuem mais soldados do que a Venezuela.
Apesar disso, Carolina Pedroso, pesquisadora de relações internacionais na Universidade Estadual de São Paulo, mesmo com essa vantagem, a vitória para o Brasil não é garantida.
“O Brasil não tem, há muitos anos, a tradição de se preparar para a guerra. A Venezuela, ao contrário, sempre teve forte presença dos militares e da Guarda Nacional Bolivariana na defesa da soberania”, disse em entrevista à Exame.
Estados Unidos
Em termos de estratégia, facilitar a entrada do Exército dos Estados Unidos é uma saída que poderia ser relativamente simples para o governo Bolsonaro. No entanto, seria necessário avaliar o custo-benefício para o Estado e para a população brasileira.
O presidente americano, Donald Trump, já fez declarações afirmando que não descarta uma opção militar para tirar do poder o presidente venezuelano.
Para Ted Galen Carpenter, especialista em defesa e política exterior do centro de análise Cato Institute, sediado nos Estados Unidos, “embora existam relatos que sugerem divisão interna, pelo menos algumas unidades [na Venezuela] combateriam uma intervenção americana”.
“Ninguém pode enfrentar os Estados Unidos em um confronto aberto, mas Maduro ainda tem um núcleo duro de apoiadores, e o que os venezuelanos podem fazer é uma guerra de guerrilha, o que pode ser muito eficaz”, afirmou o especialista à BBC.
Em resposta, Maduro e seu ministro da Defesa disseram que os venezuelanos lutariam até as últimas consequências caso haja uma intervenção militar. “A Venezuela se tornaria um Vietnã se um dia Donald Trump enviar o Exército dos EUA para nos atacar”, declarou em entrevistas à imprensa.
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