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Artigo – Família e colégio, uma parceria de sucesso
Ao tratar desse tema, lidamos com duas questões sensíveis na sociedade: família e escola. São duas instituições admiradas, necessárias e que vêm enfrentando muitas dificuldades ao longo de sua existência. Já parou para pensar que por vezes a primeira frustração da vida do seu filho poderá acontecer na escola e você, papai ou mamãe, não estará por perto? Quem irá acolher o seu filho nesse momento tempestuoso? Os pais são um dos fatores mais importantes no desenvolvimento dos filhos. Isto se deve à autoridade e habilidade que possuem para moldar e desenvolver seus filhos em pessoas motivadas, inspiradas e tolerantes, com seu envolvimento direto no processo de ensino e aprendizagem. De maneira contrária, considera-se que os pais que não se envolvem nesse processo, desmotivam e desmoralizam os seus filhos pela negligência, causando impactos negativos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) define a família como a unidade grupal natural e fundamental da sociedade, com direito à proteção pela sociedade e pelo Estado (Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 16.3). Sendo um colégio confessional, cremos que essa definição está alinhada com os princípios bíblicos e teológicos da tradição reformada. De maneira geral, a família é vista como uma instituição criada por Deus, com um papel essencial na educação e formação espiritual dos filhos, para criá-los e educá-los na fé e nos princípios cristãos, além de ser um ambiente de amor, cuidado e apoio mútuo. A família contemporânea apresenta várias conformações, seja a tradicional, pai, mãe e filhos, ou a família mosaica, constituída após divórcios e outros modelos. Contudo, em todas, discute-se a presença dos pais na vida da criança e adolescente, e a parceria com a escola.
A palavra “escola” (do grego scholé, passando pelo termo latino schola) originalmente significa “discussão ou conferência”, e também “tempo de ócio dedicado ao saber”. Essas definições nos ajudam a entender claramente que família e escola devem caminhar juntas para o bem-estar das crianças e adolescentes. As famílias confiam no seu bem mais precioso – os filhos – à escola e esperam que essa instituição não apenas trabalhe conteúdos acadêmicos, mas também seja um ambiente de acolhimento.
A escola, que atua na escolarização – processo de ensino e aprendizagem –, é um local de conferências, apresentações e discussão do conhecimento construído ao longo da existência humana. A família, como unidade fundamental da sociedade, oferece suporte e proteção, ajudando a moldar e criar as crianças. É onde elas encontram segurança e podem se abrir – ao menos, deveria ser assim. No entanto, muitas famílias enfrentam situações que colocam a vida das crianças em risco, como estrutura familiar deficitária, falta de atenção, negligência em assumir os papéis parentais, descuido com a higiene e desinteresse em saber o que acontece na escola e o que é consumido na internet. Essas questões frequentemente estão associadas à desmotivação para frequentar as aulas, falta de atenção e baixo rendimento escolar.
A presença do orientador(a) educacional no colégio é fundamental, pois quaisquer alterações que a criança apresentar, conflitos, acidentes no ambiente escolar e rendimentos, esse profissional vai acompanhar a criança e deixar a família ciente do que está acontecendo e juntos, fazem um trabalho de acolhimento e direcionamento. Esse elo, tem ajudado muitas famílias a descobrirem que os filhos apresentam Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou dislexia, transtorno do espectro autista (TEA) e até mesmo, casos de assédio psicológico e abuso sexual.
A parceria entre escola e família é essencial, e nota-se que é mais intensa quando as crianças estão no início da escolarização. Com o crescimento da criança e o ganho de autonomia, percebe-se que a família tende a se distanciar da escola, especialmente no ensino médio. Acredito que esse acompanhamento deve ser mantido com a mesma intencionalidade durante toda a vida escolar. É claro que, na adolescência, os jovens conquistam mais autonomia. Contudo, é nessa fase da vida em que o indivíduo não é mais criança nem adulto, apresentando muitas mudanças hormonais, neuronais, identificação com grupos sociais, além de curiosidades sobre drogas e, até mesmo, o início de relacionamentos amorosos. Questões como essas já justificam, por si só, a importância dessa parceria.
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