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Mulheres colocam até 12 litros de silicone industrial, proibido e letal

Enquanto cirugiões plásticos costumam colocar próteses de silicone de até 500 ml para aumentar glúteos femininos, os chamados “bombadeiros”, pessoas sem qualificação que oferecem o serviço de “bombar” alguma parte do corpo, chegam a injetar, no mesmo local e com a mesma finalidade, 12 litros de silicone industrial – produto proibido e que pode matar.

Encontrado com facilidade em lojas de material de construção, o silicone industrial tem um baixo custo – R$ 60 o litro. O galão com 5 litros não passa de R$ 130. Sua indicação está especificada no rótulo: limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, manutenção de esteiras.

Mesmo assim, há quem não veja problema em usar o silicone industrial para injetar no corpo e aumentar as medidas do quadril, das coxas ou dos seios. Mas, a atividade a que os “bombadeiros” se propõem é crime. O acusado pode responder por exercício ilegal da medicina com prisão de 6 meses a 2 anos. Também é crime a venda de produto sem registro na Vigilância Sanitária e sem qualidade necessária para fins estéticos, com pena de 10 a 15 anos de reclusão.

É o que deve acontecer com a técnica de enfermagem Mariana Batista de Miranda, presa pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (30). Além do exercício ilegal da medicina, ela também foi acusada de homicídio. A vítima é Fátima Santos de Oliveira, uma paciente que, segundo a perícia médico-legal, morreu depois de aplicar silicone industrial nos glúteos no dia 16 de março deste ano.

Silicone Industrial é um risco para a saúde

Não existe nenhum tipo de silicone industrial que seja aprovado para uso em procedimentos estéticos. Isso significa que o material não pode ser usado no corpo humano por qualquer tipo de profissional, médico ou não.

De acordo com o cirurgião plástico Dênis Calazans, secretário-geral da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), o silicone industrial é diferente do silicone médico, usado em próteses porque “ele não tem biocompatibilidade, além da possibilidade de ser rejeitado, pode ser nocivo ao organismo”.

O cirurgião plástico Jairo Casali, também membro da SBCP, explica que é praticamente impossível retirar todo o silicone industrial injetado no organismo. “O que ocorre é que o silicone se mistura aos tecidos do próprio corpo. Então não há como remover apenas o silicone sem remover partes de algum músculo, por exemplo”.

A tentativa de retirada pode causar sequelas graves como deformidades, irregularidades e cicatrizes profundas.

Segundo o cirurgião Wilson Cintra, vice-presidente da SBCP, o silicone industrial é um líquido espesso que, no organismo, se transforma em milhares de bolinhas de silicone, isso também dificulta a retirada.

O médico também alerta para mais um risco: a possibilidade de o silicone industrial migrar para outras partes do corpo. “Quando uma pessoa injeta esse material no glúteo, o organismo entende que é um corpo estranho e cria uma cápsula fibrosa ao redor, o que tende a manter o silicone no mesmo lugar. Mas, com o passar do tempo, o material pode infiltrar e descer para as pernas”, explica.

Cintra faz outro alerta. Como o produto não é esterilizado, preparado para uso humano, pode causar grandes infecções e necroses – o que mata os tecidos da região onde foi aplicado.

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